Bras�lia, 19 - Em depoimento ao Minist�rio P�blico Federal, o diretor da JBS Ricardo Saud relatou que, nas elei��es de 2014, a empresa teria acertado com o ent�o ministro da Fazenda, Guido Mantega, um repasse de R$ 43 milh�es de "propinas dissimuladas" aos "coringas" do PMDB no Senado para abafar uma rebeli�o deles contra a candidatura � Vice-Presid�ncia de Michel Temer na chapa de Dilma Rousseff. O delator contou que Temer, ao saber do acordo feito sem sua autoriza��o, teria ficado "indignado" e acabou recebendo outros R$ 15 milh�es.
Respons�vel pela Diretoria de Assuntos Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud disse aos procuradores, no �ltimo dia 5 de maio, que o dinheiro repassado a Temer foi tirado de um montante de R$ 300 milh�es destinados inicialmente para o PT.
Antes, a partilha beneficiaria apenas os senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA), Eun�cio de Oliveira (CE) e Valdir Raupp (RO).
Na dela��o, Saud contou que, em junho ou julho de 2014, o dono da JBS, Joesley Batista, ap�s receber de Mantega a lista dos cinco peemedebistas benefici�rios da propina, mandou entregar um "bilhetinho" a Michel Temer contando sobre o acordo.
Saud disse, na dela��o, que esteve na tarde de um s�bado na resid�ncia de Temer em S�o Paulo para cumprir a miss�o dada por Joesley. Temer teria pedido para Saud adiar o repasse dos recursos.
"Ele (Temer) ficou indignado. 'Como assim? O que est� acontecendo? Estou precisando assumir o PMDB. O PMDB est� passando por cima de mim'", relatou Saud. "Ele (Temer) me pediu: 'Voc� consegue me dar dois, tr�s dias, antes de conversar com os senadores para eu me movimentar e ver o que pode acontecer?'"
(Leonencio Nossa)