Bras�lia - Em conversa com integrantes do Judici�rio, interlocutores do governo passaram a questionar a compet�ncia do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para conduzir as investiga��es relativas �s dela��es da JBS. O argumento � de que as revela��es de Joesley Batista e mais seis delatores n�o t�m rela��o com o esquema de corrup��o desenvolvido no �mbito da Petrobras e, por isso, n�o precisariam ficar no gabinete do relator da Lava-Jato na Corte.
A compet�ncia de Fachin deve ser questionada na Corte na quarta-feira, 24, quando o plen�rio vai debater o recurso da defesa do presidente Michel Temer que pede a suspens�o do inqu�rito que corre contra o peemedebista com base na dela��o. Fachin homologou a dela��o premiada e autorizou que durante o processo de investiga��o fossem feitas a��es controladas - nas quais foram feitas flagrantes em v�deo de entrega de propina.
Advogados, assessores do STF e ministros de Tribunais Superiores em Bras�lia n�o acreditam, no entanto, que o plen�rio v� deixar Fachin isolado ou reverter a abertura de investiga��o do presidente. O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, n�o se op�s � realiza��o da per�cia, mas argumentou que o inqu�rito n�o deve parar � espera da an�lise.
A delibera��o do STF de quarta-feira � aguardada pelo Planalto, partidos da base e ministros do Tribunal Superior Eleitoral como um sinal decisivo sobre o futuro do governo Temer.
Conex�o
A preven��o de Fachin para conduzir os casos da holding J&F foi estabelecida no STF em raz�o da conex�o com ao menos quatro casos que j� est�o sob relatoria do respons�vel pela Lava Jato: os dois inqu�ritos que investigam a forma��o de uma organiza��o criminosa pelo PMDB da C�mara e do Senado, a dela��o do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loteria da Caixa, F�bio Cleto, e um inqu�rito com base na dela��o da Odebrecht que investiga os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presid�ncia).
Em julho de 2016, a holding J&F, foi alvo pela primeira vez de uma opera��o. Na opera��o S�psis, um desdobramento da Lava Jato, a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) revelou detalhes da dela��o de Cleto sobre pagamento de propina para libera��o de aportes milion�rios do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Servi�o (FI-FGTS). Entre as empresas beneficiadas pela organiza��o criminosa formada por Cleto, pelo ex-deputado Eduardo Cunha e pelo operador L�cio Funaro estava a Eldorado Celulose, do Grupo J&F.
Na dela��o premiada, Joesley diz que teria informado o presidente Michel Temer sobre pagamentos feitos a Funaro e Cunha para evitar percal�os nas investiga��es da Lava Jato.
Per�cia
A Pol�cia Federal come�ou no domingo, 21, a per�cia no �udio da conversa entre o presidente Michel Temer e o empres�rio Joesley Batista, usado pela PGR no pedido de abertura de inqu�rito contra o presidente. Ao todo, a defesa de Temer enviou 15 quesitos, e a PGR, 16.
As perguntas enviadas pela PGR tamb�m se referem �s grava��es feitas por Joesley com o senador afastado A�cio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal afastado Rocha Loures (PMDB-PR). N�o h� prazo definido para a conclus�o das per�cias.