Bras�lia - Enquanto o n�cleo duro do Pal�cio do Planalto adota o discurso de que apenas a perman�ncia do presidente Michel Temer pode garantir a governabilidade e aprovar as reformas trabalhista e da Previd�ncia, aliados e advers�rios do peemedebista j� debatem nos bastidores qual o perfil ideal e os nomes mais vi�veis para a eventualidade de uma elei��o indireta.
Em car�ter reservado, l�deres da base governista dizem que a elei��o de um presidente-tamp�o teria a mesma din�mica de uma disputa pela Mesa Diretora da C�mara. Ou seja: tem mais chance de vencer quem tiver tr�nsito nas bancadas e condi��es de oferecer cargos.
O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desponta como uma op��o. Dois deputados da linha de frente da oposi��o disseram ao Estado que estiveram com Maia e ouviram dele a promessa de apoiar vers�es brandas das reformas.
Os pontos centrais ficariam para depois de 2018. Pesa contra o presidente da C�mara, por�m, o fato de ser investigado na Lava-Jato, o que poderia gerar instabilidade. Procurado, Maia negou os encontros e disse que n�o tratou do assunto "com ningu�m".
"A oposi��o vai apoiar o candidato que se comprometer a deixar ambas reformas para depois de 2018", disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
� justamente neste ponto que pol�ticos leais a Temer se apegam para difundir a tese do perigo de se trocar novamente o governo em pouco mais de um ano. "� um desservi�o ao Pa�s e uma leviandade discutir nomes. Deviam todos estar preocupados em fazer as reformas", disse o deputado L�cio Vieira Lima (PMDB-BA).
Dirigentes do DEM dizem que, caso haja uma elei��o indireta, os parlamentares n�o aprovar�o nenhum nome fora do Congresso para disputar a vaga. "O maior eleitor, na elei��o indireta, chama-se Rodrigo Maia", disse um integrante do partido. "Resta saber se ter� condi��es de ser", emendou, em uma refer�ncia �s investiga��es da Lava Jato contra ele.
Fator Meirelles
Fiador das reformas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), � apontado como uma op��o "h�brida". Seria bem recebido pelo mercado, n�o � investigado na Lava-Jato e � considerado um bom articulador pol�tico. Seu nome tem a simpatia de Temer e n�o sofre resist�ncias no PSDB, principal aliado do governo, mas que, ao menos por ora, diz preferir um nome da sigla.
Uma ala do partido prega o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outra, a do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Para atrair os tucanos, Meirelles precisaria se comprometer a n�o disputar a reelei��o em 2018.
Em outra frente, parlamentares governistas, da oposi��o e especialistas ventilam a ideia de um nome de peso do Judici�rio. Essa seria uma sa�da institucional que impediria uma guerra fratricida da base e teria a simpatia da opini�o p�blica.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), C�rmen L�cia, e o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim s�o os mais mencionados para assumir a Presid�ncia.
Regras
H� d�vidas, por�m, sobre a candidatura de algu�m sem vincula��o partid�ria ou que tenha cargo p�blico. Embora prevista na Constitui��o, a elei��o indireta nunca teve as suas regras regulamentadas pelo Congresso. "Existem mais incertezas do que certezas. Temos alguma experi�ncia em n�vel estadual, mas desde 1988 nunca tivemos elei��es indiretas para presidente.", afirma Thomaz Pereira, professor de Direito Constitucional da FGV-Rio.