Bras�lia, 22 (AE), 22 - O presidente Michel Temer preferiu n�o polemizar com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que decidiu encaminhar ao Congresso um pedido de abertura de processo de impeachment. "A OAB tem todo o direito de expressar sua opini�o", disse o presidente por meio da Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia da Rep�blica (Secom).
O pedido da OAB ser� o 14� contra Temer na C�mara. O presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), j� avisou que n�o est� em sua pauta acatar as solicita��es. A OAB acusa o presidente de prevarica��o, o que caracterizaria crime de responsabilidade - condi��o para o processo de impeachment.
Assessores do Planalto afirmam que a iniciativa da OAB "decepcionou" Temer, que "sentiu o baque". A avalia��o do Planalto � que o peso da entidade enfraquece a posi��o do presidente, que tenta fazer prevalecer a tese de que a abertura de inqu�rito no Supremo Tribunal Federal (STF) foi "uma clara afronta ao estado democr�tico de direito" - o argumento � que a decis�o foi tomada monocraticamente pelo ministro Edson Fachin com base em uma "grava��o clandestina".
A Secom tamb�m informou que Temer n�o atendeu a qualquer pedido do presidente da JBS, Joesley Batista, em rela��o ao Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econ�mico (Cade). Na conversa gravada no Jaburu em 7 de mar�o, Batista pede a troca do presidente da institui��o e reclama das a��es do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "O fato � que o caso citado nunca foi resolvido e as empresas do senhor Joesley nunca conseguiram nenhum benef�cio no Cade", diz a nota da Secom.
O Planalto n�o quis comentar, no entanto, as declara��es do l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que considerou equivocada a decis�o da OAB de apresentar o pedido de impeachment, sob o argumento de que o movimento "n�o traz consigo solu��o para a crise". "Pior, pode agrav�-la", afirmou Renan. Questionada, a Secom n�o respondeu se Temer concordava com as afirma��es do senador, que tamb�m defende uma nova Assembleia Constituinte e "uma sa�da na Constitui��o que garanta elei��es gerais em 2018".
(T�nia Monteiro)