Ap�s intenso bate-boca e muito nervosismo, o presidente da Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), desistiu de retomar a reuni�o em que estava prevista a leitura do relat�rio sobre o projeto de lei da reforma trabalhista. Jereissati deu como lido o relat�rio e marcou a vota��o da reforma na comiss�o para a pr�xima ter�a-feira.
Mais cedo, a CAE realizou audi�ncia p�blica para debater a reforma. Depois da audi�ncia, quando o relat�rio come�aria a ser lido, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou quest�o de ordem pedindo o adiamento da leitura. O requerimento foi posto em vota��o e vencido por 13 votos a 11.
Em seguida, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou nova quest�o de ordem solicitando que a mat�ria retornasse � Mesa do Senado para ser apensada a outras de assunto semelhante. A quest�o foi rejeitada pela presid�ncia da comiss�o, e os oposicionistas levantaram-se e ficaram de p�, em frente � mesa diretora, inciando o bate-boca e anunciando que a reuni�o n�o teria continuidade.
“O governo n�o tem condi��o de colocar a reforma trabalhista nesta Casa. Eu fa�o um apelo ao senador Ricardo Ferra�o. Isto � uma manobra, est�o usando a CAE para dizer que o Temer tem for�a”, disse Lindbergh Farias (PT-RJ). Ferra�o (PSDB-ES) � o relator da reforma trabalhista na comiss�o.
Com a continuidade do tumulto, Jereissati suspendeu a reuni�o, mas a tens�o prosseguiu no ambiente. Senadores da base aliada e de oposi��o gritavam e erguiam os dedos uns contra os outros. Manifestantes que acompanhavam a reuni�o gritavam palavras de ordem dentro do plen�rio da CAE, e a seguran�a come�ou a esvaziar a audi�ncia, inclusive com a retirada da imprensa.
Queixa de agress�es
Ap�s a desist�ncia de retomada dos trabalhos, os senadores da base aliada se queixaram de que houve tentativa de agress�o por parte dos oposicionistas, que n�o aceitaram a derrota pelo voto. “N�o podendo ganhar no voto, senadores e senadoras quiseram ganhar no bra�o, no grito”, disse o senador C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB). “Aqui s� existe uma arma: a palavra. O que se viu foi a tentativa de impedir o funcionamento f�sico, por agress�es f�sicas, por agress�es verbais.”
Tamb�m no plen�rio, Tasso Jereissati fez ao presidente Eun�cio Oliveira um relato do que houve e disse que se sentiu fisicamente amea�ado e injuriado tanto por senadores quanto pelos manifestantes que estavam dentro da comiss�o.
“N�o lamento por mim, lamento por esta Casa. E chamo Vossa Excel�ncia [Eun�cio Oliveira] � responsabilidade, porque isso n�o pode acontecer, porque acaba-se n�o s� o que eles querem acabar, que � o governo – o que � outra quest�o –, mas acaba-se o Senado; acaba-se o Parlamento; acaba-se o contradit�rio; acabam-se as discuss�es; acabam-se, inclusive, as vota��es, e os vencidos n�o aceitam o resultado”, afirmou.
Em resposta, o senador Humberto Costa (PT-PE) alegou que houve agress�es de parte a parte e pediu uma reuni�o de lideran�as para superar os problemas ocorridos na CAE. “Esta aqui � uma Casa, por excel�ncia, pol�tica, e acho que tudo que aconteceu hoje, e posso falar aqui com autoridade, porque eu era um dos que estavam tentando serenar os �nimos, apesar de ter levado um empurr�o de um senador da base do governo, que ficou apopl�tico l�. Ent�o, houve agress�es, de parte a parte, acho que este n�o � um bom caminho. Temos que superar este epis�dio”, afirmou.
Tamb�m em discurso, a senadora Gleise Hofffmann (PT-RS) disse que a oposi��o n�o vai aceitar a decis�o de dar o relat�rio como lido. “N�s vamos resistir, para n�o ler o relat�rio, at� porque o senador que est� apresentando o relat�rio [Ricardo Ferra�o] tinha dito no seu Facebook que n�o apresentaria o relat�rio, porque est�vamos vivendo tempos anormais, de crise, com o que aconteceu com o presidente da Rep�blica [Michel Temer] e tamb�m com um senador [A�cio Neves (PSDB-MG), que foi afastado] desta Casa. A�, depois muda de ideia, e v�o para cima na for�a, para fazer a leitura de um relat�rio”, alegou.
Com Ag�ncia Brasil