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Estado de Minas

Lula quis saber 'que bicho comeu os marrecos' do s�tio de Atibaia


postado em 24/05/2017 13:07

S�o Paulo, 24 - Entre mais de 400 documentos anexados pela Procuradoria da Rep�blica � nova den�ncia contra o ex-presidente Lula, um e-mail apontou a preocupa��o do petista com os bichos que viviam no s�tio de Atibaia, no interior de S�o Paulo. Lula � acusado de corrup��o e lavagem de dinheiro de R$ 1,02 milh�o nas reformas da propriedade.

Na mensagem de 2 de outubro de 2014, �s 17h23, um funcion�rio do Instituto Lula escreve a uma colega da entidade e a Valmir Moraes da Silva, seguran�a do petista. O t�tulo do e-mail: "Jaguatiricas em Atibaia?"

"Respondendo � pergunta do presidente: que bicho comeu os marrecos? Provavelmente, uma jaguatirica", explica o funcion�rio do Instituto Lula. Ele envia uma reportagem e um v�deo sobre a "ocorr�ncia de jaguatiricas na Serra do Itapetininga" e informa��es sobre "recomenda��es para casos de preda��o de animais".

"Liguei nesse n�mero do CENAP/ICMBio e fui muito bem atendido por uma funcion�ria chamada Lilian. Ela refor�ou a hip�tese da jaguatirica e ficou de enviar mais informa��es sobre como prevenir os ataques", conta o funcion�rio do Instituto Lula.

Ele faz 3 sugest�es: "1) Recolher os animais no per�odo da noite, se for vi�vel; 2) Cachorro de guarda, que pode espantar a jaguatirica ou, no m�nimo, alertar dos ataques latindo; 3) Ficar de tocaia, com ou sem o cachorro, e, ao notar ocorr�ncia de ataque, soltar roj�es para assustar o predador".

O funcion�rio afirma que o "Instituto, que fica em Atibaia, parece bem s�rio e atencioso". "Talvez seja uma boa pedir uma visita deles ao local para orientar melhor o caseiro."

Den�ncia

A Procuradoria da Rep�blica, no Paran�, acusa Lula de "estruturar, orientar e comandar esquema il�cito de pagamento de propina em benef�cio de partidos pol�ticos, pol�ticos e funcion�rios p�blicos com a nomea��o, enquanto presidente da Rep�blica, de diretores da Petrobras orientados para a pr�tica de crimes em benef�cio das empreiteiras Odebrecht e OAS".

A den�ncia do Minist�rio P�blico Federal atribui ao petista "propina para o seu benef�cio pr�prio consistente em obras e benfeitorias relativas ao s�tio de Atibaia custeadas ocultamente pelas empresas Schahin, Odebrecht e OAS".

Como nas outras duas den�ncias da for�a-tarefa, no Paran�, a Procuradoria aponta Lula "como o respons�vel por comandar uma sofisticada estrutura il�cita para capta��o de apoio parlamentar, assentada na distribui��o de cargos p�blicos na Administra��o P�blica Federal".

A den�ncia afirma que o esquema ocorreu nas mais importantes diretorias da Petrobras, mediante a nomea��o de Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerver�, respectivamente, para as diretorias de Abastecimento, de Servi�os e Internacional da estatal.

Por meio do esquema, estes diretores geravam recursos que eram repassados para enriquecimento il�cito do ex-presidente, de agentes pol�ticos e das pr�prias agremia��es que participavam do loteamento dos cargos p�blicos, bem como para campanhas eleitorais movidas por dinheiro criminoso.

Tamb�m foram denunciados Jos� Adelm�rio Pinheiro Filho, pela pr�tica dos crimes de corrup��o ativa e lavagem de dinheiro; Marcelo Bahia Odebrecht e Agenor Franklin Magalh�es Medeiros, pelo crime de corrup��o ativa; bem como Jos� Carlos da Costa Marques Bumlai, Rog�rio Aur�lio Pimentel, Em�lio Alves Odebrecht, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal, Emyr Diniz Costa J�nior, Roberto Teixeira, Fernando Bittar e Paulo Roberto Valente Gordilho, acusados da pr�tica do crime de lavagem de dinheiro.

Segundo a den�ncia, os valores ligados � Odebrecht e � OAS foram repassados a partidos e pol�ticos que davam sustenta��o ao governo de Lula, especialmente o PT, o PP e o PMDB, bem como aos agentes p�blicos da Petrobras envolvidos no esquema e aos respons�veis pela distribui��o das vantagens il�citas, em opera��es de lavagem de dinheiro que tinham como objetivo dissimular a origem criminosa do dinheiro.

A for�a-tarefa aponta que "parte do valor das propinas pagas pela Odebrecht e pela OAS, no valor aproximado de R$ 870 mil, foi lavada mediante a realiza��o de reformas, constru��o de anexos e outras benfeitorias no S�tio de Atibaia, para adequ�-lo �s necessidades da fam�lia do denunciado Luiz In�cio Lula da Silva, assim como mediante a realiza��o de melhorias na cozinha do referido S�tio e aquisi��o de mobili�rio para tanto".

Tamb�m foi objeto de lavagem de dinheiro uma parte dos valores de propina oriunda dos crimes de gest�o fraudulenta, fraude � licita��o e corrup��o no contexto da contrata��o para opera��o da sonda Vit�ria 10000 da Schahin pela Petrobras, a qual foi utilizada, por interm�dio de Jos� Carlos Bumlai, para a realiza��o de reformas estruturais e de acabamento no S�tio de Atibaia, no valor total de R$ 150.500,00.

A den�ncia foi elaborada com base em depoimentos, documentos apreendidos, dados banc�rios e fiscais bem como outras informa��es colhidas ao longo da investiga��o, todas dispon�veis nos anexos juntados aos autos.

Defesa

"A den�ncia apresentada hoje (segunda, 22) pela For�a Tarefa da Lava Jato contra Lula mostra uma desesperada tentativa de procuradores da Rep�blica justificar � sociedade a persegui��o imposta ao ex-Presidente nos �ltimos dois anos, com acusa��es fr�volas e com objetivo de persegui��o pol�tica. A nota que acompanhou o documento deixa essa situa��o muito clara ao fazer considera��es que s�o estranhas � �rea jur�dica e �s regras que deveriam orientar a atua��o de membros do Minist�rio P�blico, como a legalidade e a impessoalidade", diz o advogado Cristiano Zanin Martins, por meio de nota.

"A pe�a buscou dar vida � tese pol�tica exposta no PowerPoint de Deltan Dallagnol, para, sem qualquer prova, atribuir a Lula a participa��o em atos il�citos, envolvendo a Petrobras, que ele jamais cometeu. Os procuradores reconhecem n�o ter qualquer prova de que Lula seja o propriet�rio do s�tio, embora tenham repetido esse absurdo por muito tempo em manifesta��es formais e em entrevistas impropriamente concedidas � imprensa: 'A forma de aquisi��o da propriedade e seu registro, mediante poss�veis atos de oculta��o e dissimula��o, n�o s�o objeto da den�ncia'", diz o texto do advogado de Lula.

"Mas recorreram a pedalinhos e outros absurdos para sustentar a tese de que Lula seria o benefici�rio de obras realizadas no local e que os valores utilizados seriam provenientes de supostos desvios ocorridos em contratos firmados pela Petrobras. A afirma��o colide com todos os depoimentos j� colhidos em ju�zo, at� a presente data, com a obriga��o de dizer a verdade, que afastam o ex-Presidente da pr�tica de qualquer ato il�cito".

A Lava Jato age de forma desleal em rela��o a Lula, com acusa��es manifestamente improcedentes e com a pr�tica de atos que s�o ocultados de sua defesa. Hoje (segunda-feira) mesmo, o ex-Senador Delc�dio do Amaral reconheceu em depoimento prestado na 13� Vara Federal Criminal de Curitiba que participou no Mato Grosso de Sul de interrogat�rio solicitado por autoridades americanas com a participa��o do Minist�rio P�blico Federal e com representantes da Petrobras. O ato, embora relacionado �s acusa��es feitas contra Lula, n�o havia sido revelado e os documentos correspondentes ainda s�o desconhecidos".

"A falta de justa causa para o recebimento da a��o penal proposta nesta data � flagrante e um juiz imparcial jamais poderia receb�-la", finaliza a nota.

(Julia Affonso e Ricardo Brandt)


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