Bras�lia, 24 - De acordo com o Pal�cio do Planalto, o presidente Michel Temer decidiu decretar o emprego das For�as Armadas para conter o que considerou "barb�rie" e "a��o criminosa" de manifestantes ao atearem fogo no Minist�rio da Agricultura com os funcion�rios tralhando no pr�dio.
Segundo relatos de assessores do presidente, muitos servidores ligaram para os gabinetes do Pal�cio do Planalto, "desesperados", relatando a situa��o. Em reuni�o de emerg�ncia em seu gabinete, Temer, que j� havia ouvido as preocupa��es do presidente da C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu que as tropas federais deveriam ser imediatamente empregadas para "garantir a seguran�a das pessoas que estavam amea�adas" e do "patrim�nio p�blico que estava sendo destru�do pelos manifestantes". Na avalia��o do Planalto, "a Pol�cia Militar do Distrito Federal n�o conseguiu conter os protestos". A atua��o do governo do Distrito Federal foi muito criticada pelo governo federal.
A decis�o de Temer foi tomada ap�s ele ouvir a opini�o de pelo menos cinco ministros. "Foi uma decis�o muito dif�cil", afirmou um dos assessores consultados por Temer. O ponto crucial foi a not�cia de que os manifestantes colocaram fogo em pr�dios com pessoas dentro, segundo assessores.
Gravidade
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou � reportagem que Temer decidiu pelo emprego das For�as Armadas "diante da gravidade da situa��o e porque a For�a Nacional n�o tem homens suficiente para proteger tantos pr�dios de imediato e a vida das pessoas".
O uso das tropas foi autorizado por meio de decreto presidencial, entre os dias 24 e 31 de maio, para a Garantia da Lei e da Ordem. Jungmann lembrou que esse mesmo instrumento foi usado nas Olimp�adas, Copa do Mundo, no Rio Grande do Norte e em Pernambuco. O ministro ressaltou ainda que a Pol�cia Militar do DF n�o conteve a confus�o. "As pessoas estavam encurraladas e com amea�a �s suas vidas", declarou.
A opera��o prev� que as tropas federais fiquem nas ruas protegendo os pr�dios da Esplanada dos Minist�rios. Inicialmente, 600 homens do Ex�rcito foram enviados � Esplanada. Outros 800 estavam de prontid�o para serem chamados. O pedido inicial de Maia, de refor�o � seguran�a por meio da For�a Nacional, era invi�vel, segundo o Planalto, porque n�o existem homens suficientes dispon�veis. Desde �s 14h30, quando a situa��o come�ou a ficar cr�tica, o governo orientou os minist�rios a serem esvaziados.
Jungmann, no pronunciamento no qual comunicou o uso das For�as Armadas, chegou a dizer que Temer decidiu pela medida atendendo a pedido do presidente da C�mara. "Sem ordem n�o h� democracia", afirmou o ministro, salientando que "� inadmiss�vel que isso aconte�a na capital federal".
"A Pol�cia Militar n�o conseguiu conter os protestos e a destrui��o", disse � reportagem o ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), general S�rgio Etchegoyen. "No Minist�rio da Agricultura as pessoas estavam aterrorizadas, se sentindo amea�adas", emendou o general, ao esclarecer que as tropas federais v�o guarnecer os pr�dios p�blicos e, do lado de fora, a Pol�cia Militar do DF vai trabalhar na seguran�a p�blica. Avisou ainda que o governo quer identificar os presos para tomar medidas legais contra eles. Para Etchegoyen, "� inaceit�vel colocar fogo em um pr�dio com pessoas dentro". "Foram atos de delinquentes", prosseguiu o ministro do GSI.
A reportagem n�o conseguiu contato com a Pol�cia Militar do Distrito Federal.
(T�nia Monteiro)