
Por tr�s da discuss�o de nomes para eventual elei��o indireta, caciques pol�ticos j� debatem como seria a tramita��o das reformas no p�s-Michel Temer. No debate, alguns t�m defendido que primeiro deve ser costurada a agenda de consenso para, ent�o, buscar um candidato.
Governistas e parte da oposi��o concordam com a necessidade da reforma previdenci�ria e trabalhista, mas falta consenso sobre a velocidade das discuss�es e a extens�o das mudan�as.
At� entre aliados de Temer h� cr�ticas � condu��o das reformas. Os que j� desembarcaram do governo, por sua vez, refor�am o coro da oposi��o sobre uma "dosagem" das reformas.
Enquanto Temer tenta ficar no cargo, o grupo ainda fiel ao presidente defende que um eventual novo governo deve manter a agenda da equipe econ�mica, com o argumento de que � preciso garantir a retomada do crescimento.
Alguns caciques importantes da base e da oposi��o, por�m, dizem que manter a situa��o como est� pode n�o ser f�cil. H� governistas que n�o concordam com a tese de que n�o haver� solavancos e dificuldades nas reformas no p�s-Temer.
Um influente senador que apoia Temer diz que a aprova��o da reforma da Previd�ncia j� era dif�cil em cen�rio considerado "normal". Em eventual novo governo, "ficar� ainda mais complicado". "Nessa circunst�ncia, n�o ser� um tema econ�mico, ser� pol�tico", afirma ele.
Por isso, cresce a articula��o em torno do tema. "Mais do que um nome, o que tem de prevalecer � a agenda. Defendo as reformas, mas o que est� em discuss�o � qual reforma teremos. Com qual a calibragem?", diz o l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).
Terreno
Cada vez mais distante de Temer, o senador alagoano � o s�mbolo do grupo que tem desembarcado do governo e tenta marcar posi��o antes de eventual mudan�a no Planalto. O movimento defende uma repactua��o suprapartid�ria em torno das reformas.
Esse grupo de insatisfeitos irrompeu e mostrou alguma for�a na �ltima sess�o da Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado Antes da confus�o em que senadores quase se atracaram, o movimento contra a reforma trabalhista somou 11 votos em um requerimento que poderia atrasar a tramita��o. J� o grupo favor�vel � reforma somou 13 senadores. Apertado, o placar surpreendeu muitos governistas.
Citado como um dos nomes que conseguem transitar entre a oposi��o e os governistas, o senador Jorge Viana (PT-AC) reconhece que algumas reformas s�o necess�rias, mas defende nova tramita��o. "Numa elei��o indireta, reformas teriam de ter pactuadas primeiro aqui (no Congresso)", diz Viana, ao lembrar que "se o candidato n�o o fizer, n�o ser� eleito". Se isso acontecer, o senador v� um avan�o em rela��o ao que acontece atualmente. "J� seria um passo adiante porque com Temer n�o foi assim."
O petista reconhece que h� necessidade de ajustar a legisla��o trabalhista. Viana critica, por�m, a maneira com que a reforma tem avan�ado. "Isso � que est� colocando as pessoas na rua", diz A cr�tica � tramita��o une v�rios nomes. A reclama��o � com a velocidade e a intensidade das reformas. "� l�gico que as pessoas v�o reagir quando o governo tenta empurrar goela baixo sem uma transi��o", diz Renan.
Diante das cr�ticas �s reformas, governistas tentam avan�ar o mais r�pido poss�vel com a reforma trabalhista e � poss�vel que seja solicitada urg�ncia na tramita��o - o que poderia encurtar o per�odo at� que o tema v� ao plen�rio do Senado. Se isso ocorrer, dizem aliados de Temer, ser� um item a menos na mesa de negocia��o com quem desembarcou do governo.