O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou em entrevista � R�dio Ga�cha nesta sexta-feira, 2, que o governo tem "convic��o absoluta" de que vai chegar at� o final de 2018 com Michel Temer (PMDB) na Presid�ncia. Padilha disse ainda que a crise pol�tica "vem perdendo for�a" e que acredita que o Planalto continuar� contando com o PSDB na base aliada.
"N�s vamos chegar de qualquer forma l� no final de 2018, temos convic��o absoluta", disse o ministro, que justificou que o governo est� tendo "vit�rias e vit�rias no Congresso" e citou as aprova��es das sete medidas provis�rias na semana passada. "N�o posso admitir que n�o haja nenhuma crise, mas que ela j� foi muito mais forte e vem perdendo for�a � absolutamente indiscut�vel."
Sobre o apoio do PSDB, Padilha disse que "no processo pol�tico, sempre temos vari�veis", mas que a sigla � governo. "Acreditamos, sim, que vamos contar com o PSDB. Ali�s, n�s j� estamos contando com o PSDB."
Questionado sobre uma eventual apresenta��o de den�ncia contra Temer por parte da Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR), Padilha lembrou que � preciso que 2/3 da C�mara dos Deputados aprove esta den�ncia antes que ela chegue ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Enquanto isso n�o acontecer, n�o se discute essa quest�o de legitimidade", disse Padilha, que lembrou que a grava��o apresentada por Joesley ainda passa por per�cia. "Essa den�ncia se basear� nesses elementos desta fita e vamos dizer, mais uma vez, que a fita ainda se encontra sob per�cia por determina��o do STF."
Encontro
Padilha tamb�m comentou, na entrevista, o encontro fora da agenda entre o presidente Michel Temer (PMDB) e o empres�rio Joesley Batista, da JBS, e disse que considera a pr�tica "normal".
"Eu participei de jantares com dirigentes de grandes empresas, grandes grupos empresariais, inclusive de comunica��o, que n�o estavam na agenda do presidente. Chegava de �ltima hora, foi feito contato e foram recebidos. E essa recep��o vai at� tarde da noite", justificou o ministro.
Ainda segundo o ministro, o governo n�o teme eventual dela��o do deputado suplente Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer. Nesta sexta-feira, o presidente tamb�m afirmou, em entrevista � revista Isto�, que n�o teme qualquer dela��o por parte do ex-assessor.
"Ele (Temer) acha que o deputado Rodrigo Rocha Loures vai manter esse perfil �tico em rela��o a ele, Michel, que teve durante todo esse tempo. N�o h� qualquer tipo de preocupa��o", disse o ministro, lembrando que o presidente conhece o ex-deputado h� 10 anos, inclusive sua "origem familiar".
Padilha disse que n�o teria como opinar o motivo pelo ex-assessor ter recebido uma mala com R$ 500 mil. Rocha Loures chegou a ser flagrado, em v�deo, correndo com a quantia at� um t�xi. "Ele � um aliado do Pal�cio do Planalto, mas o Pal�cio do Planalto n�o pode sair atr�s de busca de explica��o pelos atos de cada uma daquelas pessoas que trabalham no governo, e atos que n�o dizem respeito � sua atua��o como representante do governo."
Para o ministro da Casa Civil, Rocha Loures "caiu em um engodo" ao ser filmado com a mala de dinheiro. "A vers�o que nos chegou � que ele caiu em um engodo, que havia a necessidade de gravar ele com essa mala, com esse dinheiro."
Ministro. Sobre a Medida Provis�ria que confere status de ministro a Moreira Franco, alvo de investiga��o da Lava Jato, Padilha afirmou que o caso � "completamente diferente" de quando a presidente cassada Dilma Rousseff nomeou o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. "O ministro Moreira Franco j� estava dentro do governo, praticando a��es como se ministro fosse. No caso do presidente Lula, ele estava fora e iria entrar no governo."
Padilha afirmou, ainda, que "o fato de nomear algu�m ministro de forma alguma significa obstru��o de justi�a". Com a MP, Moreira Franco mant�m a prerrogativa de foro.
(Elisa Clavery)