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Estado de Minas

Pedro Corr�a diz que bancada de deputados escolheu operadores de propinas


postado em 05/06/2017 14:13 / atualizado em 05/06/2017 15:01

 Em depoimento ao juiz federal S�rgio Moro, na Opera��o Lava-Jato, o ex-deputado Pedro Corr�a (PP/PE) afirmou nesta segunda-feira, que uma bancada de parlamentares escolheu os operadores de propina na Petrobras. O ex-deputado revelou um "acordo" entre os parlamentares para que nenhum deles procurasse os empres�rios e deixasse o "trabalho" com interlocutores.

O ex-parlamentar prestou depoimento em a��o penal sobre propinas pagas pela Odebrecht, no esquema que seria liderado pelo ex-presidente. Os valores teriam chegado a R$ 75 milh�es em oito contratos com a Petrobras e inclu�ram terreno de R$ 12,5 milh�es para o Instituto Lula e cobertura vizinha � resid�ncia de Lula em S�o Bernardo de R$ 504 mil.

Corr�a j� foi condenado a 20 anos e 7 meses de pris�o na Lava Jato. O ex-deputado tenta fechar dela��o premiada. Na audi�ncia, o advogado que o defende afirmou que o acordo est� "pendente de homologa��o".

Ao juiz da Lava Jato, Corr�a citou o doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Lava Jato e o ex-deputado Jos� Janene (ex-PP-PR), morto em 2010. "S� o deputado Jos� Janene e o sr Alberto Youssef, esses operadores que haviam sido escolhidos como os operadores da bancada, eles � quem tinham contato com os empres�rios para que ficasse tudo sob uma pessoa somente. Essa pessoa depois, ent�o, traria os esclarecimento para o restante da bancada", declarou.

O ex-parlamentar apontou "um compromisso" entre os deputados "de n�o tomar conhecimento de como eram feitas as reuni�es com os empres�rios". "N�s t�nhamos um acordo de nenhum parlamentar procurar os empres�rios. Quando n�s fizemos a reuni�o da bancada, que escolhemos, ent�o, os operadores, n�s acertamos que s� Janene procuraria os empres�rios para evitar que o empres�rio ficasse sendo procurado por v�rios parlamentares e depois ent�o ficasse dando desculpa que acertou com fulano, acertou com cicrano. S� um interlocutor � quem fazia esse trabalho, que era o deputado Janene e quando ele adoeceu ficou, ent�o, o sr Alberto Youssef", relatou.

Corr�a confirmou "recursos" dos contratos da Refinaria de Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e da Refinaria Get�lio Vargas (Repar), no Paran�. "Sim, eram feitos. Esses contratos tinham recursos que vinham para o partido. Tanto da Rnest quanto da Repar", afirmou. "Quando as doa��es eram oficiais, ia para o caixa 1, e quando as doa��es eram n�o oficiais era um caixa 2 que n�o era do controle, do conhecimento do partido, mas que era feito, ent�o, em esp�cie, por ordem de pagamento e que era, ent�o, um controle que n�s t�nhamos sem que o partido tomasse conhecimento. Era um caixa 2 que s� os parlamentares tinham conhecimento disso."

Outro lado


"O ex-deputado Pedro Corr�a, cassado por quebra de decoro parlamentar em 2006, deixou hoje claro ao Ju�zo da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba ter refeito anexos de seu depoimento � For�a Tarefa do Minist�rio P�blico Federal, visando fechar sua dela��o premiada, com o objetivo de apenas completar informa��es a respeito do ex-Presidente Luiz In�cio Lula da Silva", salientou a defesa de Lula em nota � imprensa. "Corr�a dep�s ao MPF em 1/9/2016 e foi nesse momento informado de que estavam faltando elementos para embasar denuncia contra Lula, ocasi�o em que disse querer colaborar. A denuncia foi ofertada em 14/9/2016. At� hoje a dela��o de Corr�a n�o foi homologada, depois de ter sido barrada pelo ministro Teori Zavascki em 2016 por falta de provas das alega��es apresentadas."

Segundo a defesa de Lula, diante da manifesta fragilidade de sua vers�o sobre encontros com Lula, Corr�a mostrou fotos - com a presen�a de Lula - de reuni�es do Conselho Pol�tico, que participou como presidente do PP. "Perguntado pela defesa, ele n�o teve como deixar de admitir que essas reuni�es eram p�blicas, com agenda certa e acompanhadas pela imprensa. O ex-presidente sequer participava desses encontros, fazendo apenas apari��es ao final para o cumprimento aos presentes. Como Corr�a abriu a audi�ncia mostrando essas fotos, ele se colocou n�o com a isen��o de uma testemunha, mas como pessoa com interesse na causa, buscando a qualquer custo destravar sua dela��o", destacou, em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins.

De acordo com Zanin Martins, a defesa de Lula pediu, no in�cio da sess�o, em aten��o ao contradit�rio, � ampla defesa e � paridade de armas - como determina a S�mula 14 do STF - que o depoimento de Corr�a fosse remarcado e viu negado seu pedido. "Foi relembrado que MPF havia assumido, na audi�ncia de 08.05, o compromisso de informar previamente o “status” dos processos de dela��o envolvendo pessoas chamadas a depor. E no caso de Corr�a n�o foi apresentada qualquer informa��o, embora o MPF tenha reconhecido a exist�ncia de negocia��es e de dilig�ncias documentadas."

E continuou: "Ao final da audi�ncia, o Ju�zo deu ci�ncia �s partes de que o MPF havia juntado ao processo documentos relativos a processos de dela��o de executivos do grupo Odebrecht. Com a ades�o de outras partes, pedimos ent�o a redesigna��o da audi�ncia prevista para a parte da tarde - a partir das 14 horas -, considerando n�o haver tempo h�bil para conhecer os novos elementos, situa��o que ofende o contradit�rio, a ampla defesa e a paridade de armas. O ju�zo decidiu manter os depoimentos "por economia processual", embora tenha constatado o preju�zo � defesa, tanto � que facultou futuro pedido de nova oitiva."

(Julia Affonso, Ricardo Brandt e Luiz Vassallo)


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