O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou nesta quarta-feira o julgamento que poderia deixar o Brasil sem presidente pela segunda vez em pouco mais de um ano, com uma pol�mica entre ju�zes pelas provas admiss�veis.
O presidente do TSE, Gilmar Mendes, intitulou de "falacioso" o relator do caso, Herman Benjamin, por pretender incluir depoimentos posteriores aos feitos no per�odo de instru��o.
Benjamin deve dar a conhecer durante a sess�o o seu voto, que se espera favor�vel � anula��o das elei��es de 2014 nas quais foi reeleita a chapa Dilma-Temer.
O TSE julga se a campanha cometeu abusos de poder pol�tico e econ�mico e se beneficiou de financiamento ilegal procedente da fraude na Petrobras.
Depois de Benjamin, os outros seis ju�zes do tribunal devem votar. H� outras duas sess�es previstas para quinta-feira, embora o processo possa ser interrompido caso um dos ju�zes pe�a "vista" para analisar o expediente.
Temer mantinha nesta quarta a sua "agenda positiva", com o lan�amento de um plano de apoio � agricultura.
O presidente est� "tranquilo, aguardando o posicionamento do tribunal", disse antes de entrar na sala de julgamento em Bras�lia Gustavo Guedes, advogado de Temer.
Muitos analistas consideram que Temer conseguir� salvar a sua pele no TSE, onde recentemente nomeou dois dos sete ju�zes.
"O mais prov�vel � que Temer fique, mas enfraquecido, e com isso a reforma da previd�ncia, que � muito importante, n�o seria aprovada", disse � AFP Alberto Almeida, diretor do Instituto An�lise.
O TSE deve tratar de forma preliminar o pedido para excluir os depoimentos dos ex-executivos da Odebrecht, com as acusa��es mais graves contra a chapa presidencial.
Mas Benjamin alegou se tratar de quest�es "indissoci�veis".
Mendes permitiu que o relator comunique primeiro o seu voto e depois discuta se haver� a possibilidade de debater separadamente as obje��es da defesa.
No entanto, disse haver "limites" e que a pretens�o de recorrer a provas que surgiram depois da apresenta��o da den�ncia era "falacioso".
Isso abriria as portas, acrescentou Mendes, a incluir as den�ncias da JBS e at� as de Antonio Palocci, que segundo a imprensa negocia uma dela��o premiada. "H� limites", destacou.
"Seria um argumento falacioso se eu n�o tivesse me atido a esses par�metros", declarou Benjamin, alegando que as primeiras den�ncias sobre as propinas pagas pelas grandes empreiteiras surgiram no in�cio da Lava Jato, em mar�o de 2014.
Na primeira sess�o, na ter�a-feira, j� havia ocorrido um embate entre ambos os ministros, quando Mendes declarou que o TSE cassa mais mandatos do que uma ditadura.
A esta afirma��o, Bejamin respondeu que a ditadura no Brasil cassou mandatos de "quem defendia a democracia" e que atualmente o TSE cassa de "quem ataca a democracia".