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Estado de Minas

PSDB decide manter apoio ao governo Temer para n�o prejudicar reformas

No encontro, lideran�as do PSDB decidiram continuar na base at� a tramita��o das reformas


postado em 12/06/2017 21:55 / atualizado em 12/06/2017 22:12

Principal fiador do presidente Michel Temer no Congresso Nacional, o PSDB decidiu na noite desta segunda-feira, 12, em reuni�o ampliada da executiva nacional e de demais lideran�as do partido, que vai permanecer na base aliada. Os tucanos adotar�o o discurso de que n�o podem desembarcar agora do governo, sob o argumento de que um eventual rompimento com Temer poderia prejudicar a aprova��o das reformas da Previd�ncia e trabalhista.

Na reuni�o, prevaleceu o entendimento de que, enquanto as reformas estiverem tramitando no Congresso Nacional, o PSDB deve continuar ao lado de Temer. Nos bastidores, tucanos tamb�m defendem que, ap�s o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolver Temer da cassa��o, a legenda deve agora aguardar a poss�vel den�ncia contra o presidente que o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, pode apresentar at� o fim de junho.

O ex-ministro José Serra (SP) anunciou a decisão de manter apoio ao governo Temer(foto: Evaristo Sá/AFP)
O ex-ministro Jos� Serra (SP) anunciou a decis�o de manter apoio ao governo Temer (foto: Evaristo S�/AFP)


Ex-ministro das Rela��es Exteriores de Temer, o senador Jos� Serra (SP) foi o primeiro a anunciar a decis�o. Em entrevista � imprensa, ele afirmou que a maioria dos tucanos decidiu se manter na base aliada at� que novos fatos surjam. "O PSDB n�o far� nenhum movimento agora no sentido de sair do governo. Se os fatos mudarem, ter�o outras an�lises", afirmou o parlamentar. "� um governo que tocou adiante compromissos que assumiu conosco. Isso � visto como algo positivo", acrescentou.

A reuni�o foi comandada pelo presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e contou com as presen�as de v�rias lideran�as do partido. Entre elas, a do governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, e a do prefeito da capital paulista, Jo�o Doria. Os quatro ministros da sigla - Bruno Ara�jo (Cidades), Ant�nio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Rela��es Exteriores) e Luislinda Valois (Secretaria de Direitos Humanos) - tamb�m participam. Com a decis�o de n�o desembarcar, os quatro permanecer�o nos cargos.

Na reuni�o, as lideran�as tucanas se revezaram no microfone. De acordo com relatos de tucanos presentes, em seus discursos, o governador de S�o Paulo e o senador Jos� Serra (SP) defenderam que o partido permanecesse aliado ao governo, por enquanto, para ajudar o Pal�cio do Planalto a aprovar as reformas da Previd�ncia, que sequer foi votada no plen�rio da C�mara, e trabalhista, que j� foi aprovada pelos deputados e que tramita no Senado.

Segundo relatos, Serra defendeu a unidade do PSDB e que o partido levasse em considera��o a crise econ�mica pela qual o Brasil passa, ao decidir sobre o apoio a Temer. O ex-ministro das Rela��es Exteriores pregou que a legenda deveria tomar uma decis�o "sensata" para n�o ser acusada de aprofundar a crise. Ele ainda pregou que a sigla retome suas principais bandeiras, como a defesa pelo parlamentarismo.

Alckmin, por sua vez, afirmou que o PSDB deveria "observar" o cen�rio pol�tico at� a conclus�o da vota��o das reformas. Conforme relatos, o governador ainda prop�s antecipar a elei��o para escolher novos membros da executiva nacional do partido, entre eles, o substituto definitivo do senador afastado A�cio Neves (MG). O parlamentar mineiro est� licenciado da presid�ncia nacional da legenda desde 18 de maio, ap�s ser atingido pela dela��o de executivos do frigor�fico JBS.

A elei��o do substituto definitivo de A�cio est� prevista somente para maio de 2016. Como antecipou o Broadcast Pol�tico no dia 8 de junho, senadores e deputados querem antecipar o pleito para o segundo semestre deste ano. A estrat�gia � tirar o mineiro do foco pol�tico para que a legenda possa tentar "renovar" sua imagem para as elei��es de 2018. Segundo Serra, praticamente todos os presentes na reuni�o concordaram que o senador Tasso Jereissati (CE), atual presidente interino da sigla, deve ser eleito presidente definitivo.

Mesmo ausente da reuni�o, A�cio tamb�m trabalhou, nos bastidores, para evitar o desembarque do PSDB do governo agora. A avalia��o de "aecistas" � a de que, se os tucanos romperem com Temer agora, o PMDB, partido do presidente e dono das maiores bancadas no Congresso Nacional, trabalhar� a favor da cassa��o do mandato do senador mineiro no Conselho de �tica do Senado.

Jo�o Doria tamb�m fez discurso em defesa da perman�ncia do PSDB no governo durante a reuni�o. Segundo relatos de tucanos presentes no encontro, o prefeito da capital paulista destacou que o partido precisa manter o compromisso com a governabilidade e com as reformas. Afilhado pol�tico de Alckmin, o tucano tamb�m acenou para o governador em seu discurso. O prefeito disse que ele e Alckmin s�o "indivis�veis".

Como mostrou o Estad�o nesta segunda-feira, o Pal�cio do Planalto apelou para Alckmin e Doria para manter o PSDB no governo. Por meio de aliados, Temer pediu que os tucanos deem mais tempo a ele para reorganizar sua base de apoio e mostrar que o governo ainda tem for�a para aprovar as reformas. O medo de Temer � de que a sa�da do PSDB provocasse um desembarque em "cascata" de outros partidos governistas.

Para auxiliares de Temer, as pretens�es eleitorais de Alckmin e de Doria favorecem um entendimento deles com o Planalto neste momento. A ambos interessaria manter Temer no cargo, ainda que com baixa popularidade, at� 2018, quando um dos dois poder� ser o candidato a presidente. No PSDB, a compreens�o � de que a substitui��o de Temer, via elei��o indireta, poderia abrir caminho para o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ser candidato e permanecer no cargo de presidente, o que elevaria o cacife eleitoral do partido dele para 2018 e dificultaria um entendimento com os tucanos.

Em meio �s defesas de perman�ncia no governo, tucanos tamb�m fizeram uma autocr�tica durante a reuni�o desta segunda-feira. As lideran�as do PSDB avaliaram que os sucessivos esc�ndalos colocaram toda a classe pol�tica em cheque e que h� uma "hipertrofia" generalizada dos tr�s poderes - Executivo, Legislativo e Judici�rio. Nesse sentido, alguns dos caciques manifestaram preocupa��o sobre o que acontecer� com o Pa�s.

Entre os que defendiam o desembarque, coube ao senador Ricardo Ferra�o (ES) fazer a fala mais incisiva. Ao chegar na sede do partido, ele defendeu a imediata entrega dos cargos no governo por conta das "den�ncias devastadoras" contra a gest�o Temer. "Vou defender que o PSDB entregue os cargos, mas continue apoiando as reformas. A crise vivida pelo governo � insustent�vel, as den�ncias s�o devastadoras", disse antes de acrescentar que � poss�vel tocar as reformas sem apoiar o governo peemedebista.


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