
Bras�lia - O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), reconheceu nesta segunda-feira, 12, que h� uma incoer�ncia no fato de o partido ter decidido, ao mesmo tempo, se manter na base aliada do governo Michel Temer e recorrer contra a absolvi��o do peemedebista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Com certeza existe uma incoer�ncia nisso, mas � a incoer�ncia que a hist�ria nos colocou", afirmou em entrevista coletiva ap�s a reuni�o dos tucanos.
Jereissati afirmou que, como presidente do partido, n�o deixar� de reconhecer que houve corrup��o e uso de dinheiro p�blico nas elei��es de 2014 por parte da chapa Dilma-Temer. "Achamos que houve corrup��o e uso do dinheiro p�blico nas elei��es de 2014. N�o temos menor duvida sobre isso. N�o temos porque ficar calados se temos ainda o recurso para provar nossa convic��o", disse. Segundo ele, o tipo de recurso s� ser� definido ap�s o TSE publicar o ac�rd�o do julgamento.
"Esse n�o � meu governo, n�o � o governo dos meus sonhos. N�o votei nem nele (Temer) nem nela (Dilma). Est�o a� por causa da circunst�ncia do Pa�s nos levou a isso", afirmou o senador, ressaltando que era a favor do desembarque, mas que foi voto vencido. "O PSDB esta dentro desse governo, com seus ministros, n�o em nome do governo, mas em nome da estabilidade e das reformas que s�o necess�rias. Nossa maior preocupa��o s�o os desempregados que est�o a� e n�o deixar que essa crise econ�mica venha a piorar", acrescentou.
Jereissati afirmou que o PSDB ainda n�o decidiu fechar quest�o a favor da aceita��o de eventual den�ncia contra Temer enviada pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot. Segundo ele, por enquanto, a orienta��o � que cada deputado vote como quiser. "Vai ser uma decis�o da C�mara, totalmente deles. E cada deputado vai votar da maneira como quiser, inclusive no plen�rio. N�o existe nenhuma decis�o de fechar quest�o em rela��o a isso", declarou o tucano na entrevista.
Mais cedo, o l�der do PSDB na C�mara, deputado Ricardo Tripoli (SP), afirmou que pretende orientar a bancada do partido na Casa a votar pela aceita��o de eventual den�ncia da PGR contra Temer. "N�o ter� libera��o de bancada nesse aspecto. O posicionamento ser� pela investiga��o. N�o estou levando aqui se ela ser� positiva ou n�o. Mas toda investiga��o tem sido defendida pelo PSDB sempre. Seja com pessoas ligadas ao nosso partido ou n�o", afirmou Tripoli ao deixar reuni�o do PSDB.
No Congresso e no Pal�cio do Planalto, a expectativa � de que Janot envie a den�ncia at� o fim de junho. Para que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa processar Temer, a imputa��o ter� de ser aceita pela C�mara. Para que a den�ncia seja aceita, s�o necess�rios votos favor�veis de 342 dos 513 deputados. Se for aceita, Temer ter� se der afastado do cargo por 180 dias, para que o Supremo o julgue. Caso o julgamento n�o seja conclu�do ao fim desse prazo, Temer retorna ao caso, mas continua sendo processado pela Corte.
A�cio
Na entrevista, Jereissati disse ainda que o partido n�o vai crucificar o senador A�cio Neves (MG), afastado das fun��es e da presid�ncia do partido ap�s ser atingido pela dela��o da JBS. "N�o discutimos A�cio Neves, n�o vamos crucific�-lo, vamos dar a ele o direito de defesa", explicou. O tucano cearense confirmou a inten��o da maioria do partido de antecipar as elei��es para escolha do substituto definitivo do mineiro.
De acordo com o presidente interino do PSDB, essa elei��o poder� ser antecipada em duas situa��es: caso A�cio renuncie ao cargo ou seja expulso do cargo. Jereissati ressaltou, por�m, que tudo ser� combinado com o senador mineiro. "A ideia � que na pr�xima reuni�o da Executiva, na semana que vem, se convoque uma elei��o nacional", explicou o parlamentar cearense.
(Igor Gadelha e Renan Truffi)