Rio, 14 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse ter conversado com o jornalista Jorge Bastos Moreno durante todo o processo de julgamento da chapa Dilma-Temer, que definiu a perman�ncia do presidente da Rep�blica. Morto nesta quarta-feira, 14, de edema pulmonar, Moreno demonstrava curiosidade com as consequ�ncias do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Ele fazia observa��es engra�adas sobre sinais exteriores de cada um dos ministros, como os penteados. Mas, � claro, que estava preocupado mesmo com os desdobramentos dos processos. Tinha suas opini�es, mas sempre dava espa�o para os entrevistados sem interferir nas declara��es", afirmou Mendes durante o vel�rio que acontece no in�cio da tarde desta quarta-feira no cemit�rio S�o Jo�o Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.
O ministrou contou que era amigo de Moreno desde 1973, quando se reencontraram em Bras�lia ainda no per�odo de escola. Os dois s�o conterr�neos de Mato Grosso.
"Quando voltei da Alemanha ele j� era um jornalista reconhecido. Em Bras�lia, fui um habitu� em sua casa", acrescentou Mendes que disse ter conversado por telefone com o colunista ontem.
O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que mesmo nas situa��es de diverg�ncia pol�tica e cr�ticas ao seu mandato, Moreno nunca deixou de ser um amigo.
Maia, muito emocionado durante o enterro de Moreno, contou que o jornalista tinha uma vis�o cr�tica sobre o momento pol�tico atual, mas que ainda assim demonstrava �nimo na carreira, principalmente por causa do programa na r�dio CBN que comandava todas �s sextas-feiras, o talk show "Moreno no R�dio".
"Moreno tinha um dom especial de misturar pessoas. Se n�o fosse por ele, (essas pessoas) n�o estariam ao meu lado hoje. Gostava muito de sentar com ele para conversar sobre a hist�ria do Brasil. Era impressionante a sua mem�ria. Em suas apura��es, n�o anotava nada. Apenas convers�vamos e ele j� tinha a mat�ria toda pronta na cabe�a. Mesmo as cr�ticas nunca nos afastaram porque nunca foram do ponto de vista pessoal", disse Maia.
(Fernanda Nunes)