Bras�lia, 19 - O presidente do Conselho de �tica do Senado, senador Jo�o Alberto Souza (PMDB-MA), declarou � imprensa nesta segunda-feira, 19, que vai aguardar o julgamento sobre o pedido de pris�o do senador A�cio Neves (PSDB-MG) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), amanh�, para decidir se aceitar� ou n�o a representa��o contra o tucano no conselho.
"Acho que � interessante ver como os julgadores (os ministros da Primeira Turma do STF) v�o se comportar, at� para eu me embasar melhor e ver o que foi provado com refer�ncia �s escutas, porque o senador A�cio alega que houve uma arma��o contra ele", disse. No acordo de dela��o premiada do dono da JBS, Joesley Batista, A�cio foi gravado pedindo R$ 2 milh�es ao empres�rio.
Jo�o Alberto questionou a veracidade dos �udios e destacou que n�o est� suscet�vel � opini�o p�blica. "N�o tenho mais idade para aceitar press�o. Se eu ficasse ouvindo 'beba Coca-Cola', 'beba Coca-Cola', j� estaria com a barriga cheia", ironizou. Ele disse que ainda n�o leu o processo contra A�cio, apresentado pela Rede e pelo PSOL em maio, mas defendeu que a sa�da para o caso deve ser "consensual".
Caso o STF decida pela pris�o preventiva de A�cio, Jo�o Alberto disse que a sua decis�o ser� de acordo com posicionamento do plen�rio do Senado, que precisa referendar a decis�o da Primeira Turma da Corte. "Eu quero aguardar os fatos, n�o quero fazer proje��es, mas, se houver alguma coisa pior para o A�cio (pris�o), a Casa ser� chamada dentro de 24 horas para se pronunciar."
O presidente do Conselho de �tica lembrou que votou contra a pris�o do senador cassado Delc�dio Amaral no ano passado, por n�o acreditar na tese do flagrante continuado, mas disse que mudou imediatamente de entendimento ap�s a maioria do plen�rio do Senado votar a favor da pris�o preventiva, o que tamb�m pondera que poderia ocorrer neste caso.
Jo�o Alberto tem at� cinco dias para decidir se aceita ou n�o a den�ncia contra A�cio, mas j� adiantou que n�o deve utilizar todo o prazo. Hoje, o presidente do Conselho vai comunicar o tucano formalmente sobre a representa��o e pedir que ele apresente uma defesa pr�via sobre as acusa��es que pesam contra ele por escrito at� amanh�.
Defesa
Em nota divulgada na semana passada, a defesa do senador A�cio Neves reafirma "que o dinheiro foi um empr�stimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benef�cio da impunidade penal. O empr�stimo n�o envolveu dinheiro p�blico e nenhuma contrapartida por parte do senador, n�o se podendo, portanto, falar em propina ou corrup��o. O senador tem convic��o de que as investiga��es feitas com seriedade e isen��o demonstrar�o os fatos verdadeiramente ocorridos".
(Julia Lindner)