S�o Paulo, 19 - A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato pediu ao juiz federal S�rgio Moro o sequestro de im�veis da filha e da enteada do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda no governo Luiz In�cio Lula da Silva e Casa Civil na gest�o Dilma Rousseff). O petista � acusado pela Procuradoria da Rep�blica no Paran� de "poss�veis atos de lavagem de dinheiro mediante aquisi��o de bens im�veis em favor de suas filhas".
A manifesta��o � assinada pelo procurador Janu�rio Paludo. Segundo ele, o ex-ministro, preso desde setembro do ano passado em Curitiba, usou recursos il�citos movimentados em suas contas banc�rias para adquirir dois im�veis "de elevado valor em benef�cio de Carolina Palocci e Marina Watanabe". A defesa do ministro negou ilicitudes nas transa��es.
Palocci � acusado pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) em duas a��es penais por corrup��o e lavagem de dinheiro. Em um dos processos, ele � suspeito de irregularidades na obten��o pela Odebrecht de contratos de afretamento de sondas para a Petrobr�s. No outro, � acusado de intermediar pagamento de propina supostamente destinada pela empreiteira ao ex-presidente Lula. O ex-ministro est� tentando firmar um acordo de dela��o premiada.
Paludo afirmou na manifesta��o que Palocci declarou doa��o de R$ 2,9 milh�es � filha. "As transfer�ncias s�o contempor�neas � aquisi��o, por Carolina Palocci, em 20 de junho de 2014, de apartamento pelo valor de R$ 2.033.050,00", disse o procurador a Moro. Para a for�a-tarefa, "h� ind�cios" de que Palocci "promoveu a oculta��o de patrim�nio ilicitamente obtido mediante registro de doa��o".
Segundo o documento, o ex-ministro, "em opera��o semelhante", adquiriu um im�vel para a enteada, filha de sua mulher. Paludo apontou a Moro que, em 2015, Palocci fez uma doa��o de R$ 1,6 milh�o para a enteada. Os valores, no entanto, afirmou o procurador, n�o chegaram �s contas banc�rias da enteada do petista.
Em 11 de fevereiro de 2015, de acordo com a manifesta��o, Palocci transferiu R$ 1,47 milh�o para o propriet�rio de um im�vel na capital paulista. "No mesmo dia, foi lavrada escritura de venda e compra no 13.� Tabelionato de S�o Paulo do apartamento 32. Consta do R.06 da certid�o do im�vel a venda para Marina Watanabe pelo exato valor de R$ 1,47 milh�o", afirmou o procurador.
"Havendo ind�cios de que os bens s�o produto e proveito de crimes praticados por Antonio Palocci, bem como sendo estes necess�rios para garantir os efeitos da condena��o criminal do requerido, o Minist�rio P�blico Federal requer o sequestro dos im�veis", escreveu Paludo.
�Premissa indevida�
Os advogados de Palocci, Alessandro Silverio e Bruno Augusto Gon�alves Vianna, afirmaram, por meio de nota, que ainda n�o tiveram acesso � manifesta��o do procurador com o pedido de sequestros dos im�veis.
A defesa do ex-ministro negou qualquer irregularidade nas transa��es financeiras efetuadas em favor da filha e enteada de Palocci. "Conv�m destacar que as doa��es dos valores usados para a aquisi��o dos im�veis foram devidamente declaradas � Receita Federal, o que revela que ditas aquisi��es n�o tinham o intuito de ocultar qualquer vantagem obtida com um suposto crime anterior", afirmaram Silverio e Vianna.
De acordo com os advogados, a argumenta��o do procurador "parte de uma indevida premissa trazida � tona recentemente, segundo a qual se presume a ilicitude de todo e qualquer comportamento". As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Julia Affonso e Ricardo Brandt)