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Estado de Minas

Em depoimento, Dilma diz que Lula 'jamais interferiu' em seu governo


postado em 22/06/2017 20:07

Bras�lia, 22 - Em depoimento � Justi�a Federal, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira, 22, que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva "jamais interferiu" no seu governo, nem mesmo em suas atribui��es como ministra-chefe da Casa Civil. Ela disse ainda que "n�o tem conhecimento" de que Lula tenha solicitado vantagens indevidas. "Ele � absolutamente respeitoso", defendeu.

Por meio de videoconfer�ncia, Dilma foi ouvida como testemunha na a��o que investiga negocia��es irregulares que levaram � compra de 36 ca�as suecos do modelo Gripen pelo governo brasileiro e � prorroga��o de incentivos fiscais destinados a montadoras de ve�culos por meio da Medida Provis�ria 627.

Na audi�ncia, Dilma afirmou ainda que o processo de transi��o com a gest�o de Lula foi "extremamente respeitoso". Sobre a compra dos ca�as, Lula teria dito apenas que ele n�o decidiria sobre a quest�o em seu governo e que isto ficaria para o mandato da petista. Segundo ela, a escolha pelos ca�as suecos ocorreu principalmente pela possibilidade de o Brasil participar do processo de desenvolvimento do projeto.

Questionada se Lula ou o Instituto Lula alguma vez intermediaram algum encontro com o agora primeiro-ministro sueco Kjell Stefan L�fven, Dilma respondeu que suas rela��es foram "poucas com o instituto" e que o ex-presidente "jamais intermediou esse tipo de rela��o". "Ele jamais interferiu em encontros que diziam respeito � minha �rea de atua��o", destacou.

Dilma lembrou que a Medida Provis�ria 627 marcou o seu rompimento com a base aliada do governo petista, com as chamadas "pautas-bomba". Na �poca, ela vetou diversos "jabutis" (temas estranhos � mat�ria) inclu�dos por parlamentares ao texto. A ex-presidente justificou que n�o vetou o artigo que beneficiava o setor automobil�stico porque era o �nico ponto "neutro", que n�o teria impacto moment�neo na economia.

"Posso vetar v�rias, mas n�o posso vetar todas, poque seria um desrespeito com o Legislativo", disse. "N�o se tratava de nenhuma ren�ncia fiscal, e sim de prorrogar uma isen��o que j� vinha anteriormente. N�o havia arrecada��o derivada dessa medida, tratava-se de uma prorroga��o. A parte mais grave da MP foram as novas medidas de isen��o que eles introduziram. A Fazenda era contra qualquer isen��o fiscal, agora, quando chega na hora de votar, lembre que meus vetos passaram a ser submetidos � aprecia��o do Congresso", disse.

Em dois momentos, Dilma fez quest�o de responder aos questionamentos da Procuradoria da Rep�blica, mesmo quando o juiz e advogados de defesa interferiram para dizer que ela j� tinha se manifestado sobre a pergunta.

O caso � investigado no �mbito da Opera��o Zelotes, na qual s�o r�us Lula e seu filho, o empres�rio Luis Cl�udio. Ambos foram denunciados pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) por tr�fico de influ�ncia, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa em dezembro de 2016.

Na den�ncia, a Procuradoria da Rep�blica afirma que Lula, j� na condi��o de ex-presidente, "integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA (M&M)".

Em troca, afirma o MPF, o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, donos da M&M, repassaram a Luis Cl�udio pouco mais de R$ 2,5 milh�es.

Outras duas testemunhas do MPF foram ouvidas nesta quinta-feira sobre o caso: Luiz Alberto dos Santos, consultor legislativo que trabalhou na Casa Civil entre 2003 e 2014, e Bengt Jan�r, representante da Saab no Brasil.

(Julia Lindner)


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