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Estado de Minas

PF conclui que �udio de di�logo de Temer n�o foi adulterado


24/06/2017 10:13

Bras�lia, 24 - A Pol�cia Federal concluiu que o �udio da conversa gravada pelo empres�rio Joesley Batista com o presidente Michel Temer, no dia 7 de mar�o, no Pal�cio do Jaburu, n�o foi editado ou adulterado. O Estado apurou que o laudo sobre a grava��o aponta para mais de cem interrup��es, mas que nenhuma delas foi causada por agente externo ou realizada posteriormente � grava��o.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a per�cia realizada no Instituto Nacional de Criminal�stica relaciona as interrup��es ao gravador utilizado pelo empres�rio do Grupo J&F, do qual faz parte a JBS.

Um perito afirmou ao Estado que o modelo do aparelho de grava��o utilizado efetua os cortes em momentos em que h� sil�ncio. A a��o espont�nea do gravador tem como finalidade economizar bateria e espa�o na mem�ria do aparelho, mas n�o tem condi��es de alterar o �udio.

Ainda segundo fontes ouvidas pela reportagem, o software utilizado pelos peritos tem a capacidade de separar todos os sons captados pelo gravador e separ�-los por faixas. A partir dessa t�cnica, disse um perito, foi poss�vel at� melhorar a qualidade de alguns trechos inaud�veis.

O �udio da conversa de Joesley com Temer deu in�cio � negocia��o de dela��o premiada dos acionistas e executivos da JBS. Ap�s a revela��o da grava��o, o presidente disse que o �udio havia sido adulterado. �Essa grava��o clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterr�neos e inclu�da no inqu�rito sem a devida e adequada averigua��o�, disse Temer, em pronunciamento dois dias ap�s o �udio ser tornado p�blico pelo Supremo Tribunal Federal.

A defesa do presidente contratou um perito para analisar o material, que apontou que a grava��o era �imprest�vel�.

Ap�s pedido da defesa do peemedebista ao STF e tamb�m do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, o �udio foi encaminhado � Pol�cia Federal para a realiza��o de per�cia. A PGR n�o havia periciado o �udio antes de pedir a abertura de inqu�rito contra o presidente.

A expectativa agora � de que a per�cia seja inclu�da na den�ncia que ser� oferecida por Janot contra Temer na semana que vem.

Anteontem, 22, o criminalista Ant�nio Cl�udio Mariz de Oliveira, respons�vel pela defesa de Temer, afirmou, em S�o Paulo, que ser� dif�cil pedir a anula��o do acordo de colabora��o premiada de Joesley Batista se a per�cia n�o mostrasse adultera��o na grava��o da conversa do empres�rio com Temer. �A� preocupar�, disse Mariz, quando perguntado sobre a possibilidade de o laudo da Pol�cia Federal n�o mostrar adultera��o.

A per�cia no �udio gravado por Joesley era aguardada por procuradores para a apresenta��o da acusa��o formal contra Temer. O presidente � investigado pelos crimes de corrup��o passiva, obstru��o de Justi�a e organiza��o criminosa. Uma parte da conversa questionada pela defesa de Temer � considerada crucial para imputar ao peemedebista a acusa��o de obstru��o de Justi�a.

Na conversa no Jaburu, Joesley indica realizar pagamentos ao deputado cassado Eduardo Cunha e ao corretor L�cio Funaro para evitar que os dois assinassem um acordo de colabora��o com a Lava Jato. Joesley diz que �zerou� as �pend�ncias� que possu�a com Cunha e passou a manter um bom relacionamento com o deputado cassado. Temer respondeu: �Tem que manter isso, viu?�, ao que Joesley diz: �Todo m�s�.

Devido � m� qualidade do �udio, a per�cia � pe�a importante para confirmar que n�o houve edi��o neste trecho da conversa. Para a PGR, este trecho do di�logo mostra que Temer anuiu com a obstru��o de Justi�a.

(Fabio Serapi�o e Beatriz Bulla)


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