Bras�lia, 25/06/2017, 25 - Com base nas bancadas atuais, a proposta do l�der do governo no Senado, Romero Juc� (PMDB-RR), faria com que seu partido recebesse a maior fatia do bolo - cerca de R$ 550 milh�es - dos R$ 3,5 bilh�es previstos para o fundo eleitoral.
Esse � um dos motivos pelos quais a proposta de Juc� tem recebido cr�ticas, em especial do PT. O partido da oposi��o, no entanto, de acordo com a proposta, teria mais recursos do fundo do que o PSDB, aliado do governo Michel Temer. Seriam quase R$ 380 milh�es para os petistas, ante cerca de R$ 343 milh�es para tucanos.
O l�der do PT na C�mara, deputado Carlos Zarattini (SP), criticou a divis�o. �A proposta do Juc� quer favorecer o PMDB. O ideal � ter como base o n�mero de votos nas �ltimas elei��es. Do jeito que est�, a elei��o de um deputado no Acre ter� o mesmo peso de um eleito em S�o Paulo, que precisa de muito mais votos para se eleger�, afirmou o petista.
Zarattini criticou o teto de gasto proposto, de 70% da campanha mais cara na disputa de 2014, quando ainda era permitido o financiamento empresarial. Naquele ano, foram gastos R$ 5,36 bilh�es nas campanhas em todo o Pa�s, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O valor, por�m, pode ser menor, pois considera recursos doados entre candidatos que s�o computados como despesa duas vezes. �� um absurdo voc� querer financiamento p�blico e colocar limites t�o altos como o que se est� querendo, com base no financiamento privado. O financiamento p�blico � para igualar gastos�, disse o petista.
Reforma
Para o cientista pol�tico e professor da Funda��o Getulio Vargas (FGV) Marco Ant�nio Carvalho Teixeira, apesar de ser necess�ria uma alternativa � regra atual, que ele trata como �paliativa�, � preciso antes rediscutir o modelo pol�tico do Pa�s. �Sem mexer na atual estrutura n�o h� como discutir fundo. Antes, � preciso repensar este universo em que h� 35 partidos�, afirmou. �A coisa mais dif�cil � se fazer reforma em meio � crise. � feito de afogadilho, sem um debate�, disse.
O professor da Escola de Ci�ncia Pol�tica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Jos� Paulo Martins Junior afirmou que o problema � o fato de pol�ticos serem respons�veis por definir as �regras do jogo�. �O ideal � que houvesse a participa��o de grupos da sociedade, que possam debater, discutir de forma aberta as regras do jogo.�
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Thiago Faria)