Bras�lia, 27 - Uma das parlamentares mais pr�ximas e fi�is � ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a senadora K�tia Abreu (PMDB-TO) confrontou o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, sobre as cr�ticas disparadas por parlamentares � gest�o petista durante audi�ncia p�blica na Comiss�o Mista de Or�amento (CMO) na tarde desta ter�a-feira, 27. K�tia lembrou que o ministro participou "ativamente" em cargos importantes do governo Dilma e o questionou se a gest�o petista "destruiu mesmo" o Brasil. "Tenho certeza que o senhor vai discordar e fazer a defesa (do governo anterior)", disparou a senadora.
A provoca��o gerou uma saia justa na comiss�o, com sorrisos constrangidos dos demais parlamentares. Ao fim da rodada de perguntas, o ministro devolveu a alfinetada a K�tia Abreu. "A senadora sempre faz essa pergunta, fico satisfeito que a senhora dessa vez ficou para ouvir a resposta", rebateu Oliveira.
"Digo sempre que sou servidor p�blico de carreira, tenho participado dos governos desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Ent�o, tomo suas palavras como reconhecimento a meu trabalho, fa�o isso com muita honradez. Espero estar nos pr�ximos governos, porque n�o tenho op��o, sou servidor p�blico", respondeu o ministro.
Ao perceber que Dyogo come�ava a abordar outros assuntos questionados pelos parlamentares, a senadora pediu a palavra novamente "pela ordem" e reclamou que o ministro n�o respondera sua principal pergunta, se o PT havia "destru�do" o Brasil. Em tom mais grave, Dyogo disse que "n�o h� como negar" a deteriora��o das contas p�blicas.
"Os n�meros falam por si, nos �ltimos cinco anos houve deteriora��o consider�vel do Pa�s, n�o h� como negar. Essa deteriora��o fiscal foi acompanhada por aumento das despesas com juros", ressaltou o ministro. "A sa�de fiscal do Pa�s � fundamental e n�o defendemos nada diferente disso", acrescentou.
K�tia Abreu tamb�m havia provocado o ministro dizendo que a alta de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano ante os �ltimos tr�s meses de 2016 ainda � fruto do Plano Safra 2016/2017, realizado pelo governo Dilma. A peemedebista tamb�m reclamou que os juros reais do plano 2017/2018 s�o maiores do que no passado.
O ministro reconheceu o crescimento do juro real do Plano Safra, mas destacou a queda das taxas nominais cobradas dos produtores e tamb�m a amplia��o do volume de recursos dispon�veis. "Temos que observar que juro j� � subsidiado, e amplia��o (do subs�dio, com queda do juro real) seria retirar recursos de outras �reas", disse.
Dyogo destacou ainda que a convic��o do governo � de que as a��es em �reas como sa�de e educa��o s�o importantes, mas v�m depois da capacidade da Uni�o em gerar receitas para honrar tais obriga��es. "No caso da educa��o, n�o se trata apenas de recursos. A qualidade da educa��o n�o tem acompanhado, � preciso olhar qualidade do ensino, e � isso que o governo tem feito com a reforma do ensino m�dio", afirmou.
(Idiana Tomazelli e Adriana Fernandes)