Um dos trechos da conversa entre o presidente Michel Temer (PMDB) e o empres�rio Joesley Batista, da JBS, na noite de 7 de mar�o, no Pal�cio do Jaburu, recuperados pela Pol�cia Federal, revelou uma recomenda��o do peemedebista ao executivo: "Sempre pela garagem, viu?". A frase consta da per�cia da PF, ap�s o pente-fino sobre o arquivo em pendrive entregue como parte da dela��o de Joesley.
O 'Rodrigo' a quem Joesley se referia era o ex-assessor especial do presidente e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMRB-PR). Temer e seu aliado foram denunciados pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, por corrup��o passiva.
A conversa segue.
Temer responde. "Ai voc� (ininteligivel)."
"�…", diz Joesley.
Temer: "Pela garagem."
Joesley: "{Pela} garagem."
Temer: "(Inintelig�vel) sempre pela garagem, viu?"
Joesley: "Funcionou super bem, � noite …"
Temer: "�."
Joesley: "… onze hora da noite, meia-noite, d� … dez e meia, vem aqui."
Temer: "(Inintelig�vel). N�o tem imprensa."
Joesley: "A gente conversa uns dez minutinho, uma meia horinha, vou embora."
Laudo
Em laudo de 123 p�ginas, os peritos criminais do Instituto Nacional de Criminal�stica (INC) conclu�ram que "n�o foram encontrados elementos indicativos" de que a grava��o da conversa entre o empres�rio Joesley Batista e o presidente Michel Temer "tenha sido adulterada em rela��o ao �udio original, sendo a mesma consistente com a maneira em que se alega ter sido produzida".
O �udio foi utilizado entre as provas referidas pela PF para afirmar, no relat�rio final entregue ao Supremo nesta segunda-feira, 26, que houve o cometimento do crime de obstru��o � investiga��o de organiza��o criminosa por parte de Temer, do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do empres�rio e delator do grupo J&F Joesley Batista.
Defesa
Nesta segunda-feira, 26, o criminalista Ant�nio Cl�udio Mariz de Oliveira reagiu com veem�ncia �s conclus�es da Pol�cia Federal que, em relat�rio ao Supremo Tribunal Federal (STF), atribui ao presidente Michel Temer crime de obstru��o de investiga��es sobre organiza��o criminosa. "O valor jur�dico do relat�rio � nenhum", declarou Mariz.