
Trabalhadores e representantes das centrais sindicais ocuparam ontem as ruas de BH e de outras cidades do pa�s contra as reformas da Previd�ncia e trabalhista, mas houve pouca ades�o em todo o pa�s. Com carro de som e faixas contra as mudan�as propostas pelo governo Temer, o grupo percorreu as principais vias do Centro chamando a popula��o a se manifestar contra os projetos em vota��o no Congresso. Houve paralisa��o metrovi�rios, petroleiros, funcion�rios dos correios, eletricit�rios e professores da rede estadual e metal�rgicos. Da Pra�a da Esta��o, o grupo seguiu para a Pra�a Sete e para a Assembleia Legislativa, onde participou de audi�ncia p�blica.
Tamb�m participaram do movimento representantes das igrejas. O coordenador da Frente de Evang�licos pelo Estado de Direito, o te�logo e pastor Jos� Barbosa, disse que o grupo est� nas ruas para mostrar que nem todo evang�lico concorda com a bancada religiosa no Congresso e com o governo Temer. “Eles n�o representam todos os evang�licos. Somos contra as reformas e repensamos todas essas quest�es que envolvem direitos humanos”, disse. Segundo Barbosa, o grupo tamb�m defende a sa�da de Temer e elei��es diretas para presidente.
Para a presidente da Central �nica dos Trabalhadores (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, o fundamental n�o era ter grande n�mero de pessoas nas ruas. Ela disse que os governistas tentam fazer parecer ao trabalhador que a reforma se resume ao fim do imposto sindical, mas que v�rios direitos est�o sendo retirados.
Sindicalistas se revezaram no carro de som dizendo que a mobiliza��o � a �nica forma de barrar as reformas de Temer. Um deles citou o fato de o ex-l�der do PMDB, senador Renan Calheiros, estar contra as reformas e disse que isso estaria ocorrendo por conta das mobiliza��es populares contra o projeto.
TR�NSITO Outra manifesta��o logo no in�cio da manh� no sentido Centro da Avenida Cristiano Machado criou uma fila desde as imedia��es do Minas Shopping at� a Linha Verde. Nas esta��es do metr�, a reportagem flagrou dezenas de pessoas encontrando os terminais fechados sem imaginar que a categoria dos metrovi�rios iria parar. Com a porta de 19 esta��es fechadas, o jeito para cerca de 210 mil pessoas foi tentar usar os �nibus, que circularam normalmente. Servi�os de urg�ncia e emerg�ncia de sa�de funcionaram normalmente, mas os postos tiveram faltas que impactaram no atendimento.
Antes das 7h, manifestantes puseram fogo em pneus no sentido Centro da Cristiano Machado na altura do Bairro Palmares, Nordeste de BH, causando caos no tr�nsito. Enquanto o tr�nsito se arrastava pela Cristiano Machado em dire��o ao Centro de BH, trabalhadores chegavam � Esta��o Primeiro de Maio do metr�, na Regi�o Norte, e encontravam as portas fechadas. A auxiliar comercial Caroline Krol ficou surpresa. Sem metr�, ela esperava uma carona do gerente da empresa onde trabalha, em Vespasiano, na Grande BH. “O jeito � chegar atrasada”, afirma.
O Sindicato dos Servidores P�blicos Municipais de BH (Sindibel), que representa funcion�rios dos centros de sa�de, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e outros setores da prefeitura da capital, afirmou que as Unidades de Pronto Atendimento e o Hospital Odilon Behrens tiveram atendimento normalizado. Os centros de sa�de, no entanto, de acordo com o Sindibel, ficaram paralisados. O sindicato n�o soube precisar a quantidade, mas informou que a maioria das unidades teve servi�os suspensos.
* Estagi�rio sob a supervis�o de Andr� Garcia
MOVIMENTO FRACO
Nas duas principais capitais do pa�s, a greve foi fraca porque trabalhadores rodovi�rios e metrovi�rios n�o aderiram � paralisa��o. Em S�o Paulo, no come�o da manh�, manifestantes bloquearam parcialmente vias da cidade, como a Avenida Washington Lu�s, e pontos de rodovias entre elas a Rodovia R�gis Bittencourt, pr�ximos � entrada da capital paulista. Pouco antes das 8h, manifestantes ocuparam o sagu�o do Aeroporto de Congonhas e promoveram um ato de protesto. N�o foram registrados atrasos nos embarques e desembarques de passageiros por causa da manifesta��o. No Rio de Janeiro, as esta��es do metr�, barcas, trens urbanos, Ve�culo Leve sobre Trilhos (VLT) e �nibus funcionaram normalmente. Manifestantes bloquearam vias e rodovias.