Bras�lia, 06 - Em audi�ncia de cust�dia realizada na manh� desta quinta-feira, 6, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Criminal de Bras�lia, negou pedido da defesa de Geddel Vieira Lima e manteve o ex-ministro preso preventivamente.
Geddel foi preso na segunda-feira, 3, sob acusa��o de tentar obstruir a Opera��o Lava Jato e, na ter�a-feira, 4, foi transferido da Superintend�ncia da Pol�cia Federal, em Bras�lia, para a Penitenci�ria da Papuda, tamb�m na capital federal.
Para o juiz, h� dois pressupostos para a manuten��o da pris�o, a ordem p�blica, por conta da reiterada conduta de Geddel, e as supostas liga��es do ex-ministros para a esposa do corretor L�cio Funaro.
Para o Minist�rio P�blico Federal, Geddel tentou obstruir a Justi�a ao tentar pressionar Funaro a n�o fazer dela��o premiada. "Esses telefonemas reconhecidos pelo Geddel s�o existentes de modo que, com eles, o quadro parece grave", afirmou Vallisney.
Ao negar a liberdade � Geddel, o juiz autorizou que a esposa de Funaro, Raquel Pitta, seja ouvida pela Pol�cia Federal para falar se houve press�o do ex-ministro. Al�m disso, o juiz solicitou per�cia no aparelho celular de Raquel pelo qual falou com o ex-ministro.
A defesa chegou a pedir a substitui��o da pris�o preventiva por outras medidas cautelares como a pris�o domiciliar e uso de tornozeleira. Mas Vallisney afirmou que primeiro precisa ouvir a esposa de Funaro e analisar os documentos juntados pela defesa de Geddel.
Defesa
Antes de Geddel falar, seu advogado Gamil Foppel pediu a palavra para prestar esclarecimento e afirmou que Geddel ir� entregar a senha do celular apreendido pela PF.
Foppel explicou que Geddel s� ficou calado em depoimento na opera��o Patmos porque n�o teve acesso ao conte�do da investiga��o. Al�m disso, o defensor salientou que, para mostrar coopera��o com a Justi�a, Geddel juntou documentos aos processos e abriu m�o do seu sigilo fiscal, telem�tico e banc�rio.
Ap�s a fala do defensor, logo no in�cio, Geddel afirmou ao juiz Vallisney que n�o passou por nenhum tipo de maltrato ou tratamento diferenciado na Papuda ou na Superintend�ncia da Pol�cia Federal do Distrito Federal. "Coopero com a Justi�a, tudo que fiz ou deixei de fazer foi por orienta��o dos advogados", afirmou Geddel.
De acordo com o ex-ministro, a acusa��o feita pelo Minist�rio P�blico de que ele obstruiu o andamento das investiga��o n�o � verdadeira. "Tenho cren�a que n�o tomei atitude que possa ser interpretada como embara�o a Justi�a", afirmou. "Ofereci todos dados, sigilo fiscal e banc�rio, mostrando meu desejo de colaborar", completou.
Questionado por seu advogado como se comportaria se a pris�o fosse substitu�da por outra medida cautelar, Geddel respondeu que "j� estava praticamente em pris�o domiciliar" e n�o sa�a mais de casa." "Evidentemente, se houver essa decis�o vou cumprir ipsis litteris", disse Geddel.
Sobre a suposta tentativa de pressionar L�cio Funaro por meio de liga��es para sua esposa, Geddel negou. "Em nenhum instante, imposs�vel algu�m demonstrar. Em nenhuma circunst�ncia", disse o ex-ministro.
Segundo Geddel, ele retornou a uma liga��o da esposa de Funaro que "ficou marcada em seu celular" e que na conversa n�o houve nenhum tipo de press�o.
Indagado novamente pelo procurador Anselmo Cordeio Lopes, Geddel afirmou que ligou "mais de dez vezes" para a esposa de Funaro. "Nunca indaguei se ela estava recebendo dinheiro".
(Fabio Serapi�o)