Genebra - A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) pretende contratar o ex-procurador su��o Stephan Lenz, que liderava as investiga��es sobre a Petrobr�s e a Odebrecht no �mbito da Lava-Jato no pa�s europeu. Considerado pelo Minist�rio P�blico (MP) su��o o "c�rebro" das investiga��es do caso brasileiro, Lenz pediu demiss�o do cargo no fim do ano passado.
Durante dois anos de trabalho, Lenz bloqueou mil contas com US$ 1 bilh�o. Cerca de US$ 190 milh�es j� foram repatriados ao Brasil. A coopera��o su��a tamb�m foi respons�vel pelo envio de extratos banc�rios do ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.
Passaram tamb�m pela mesa de Lenz casos como o do ex-diretor da Petrobr�s Nestor Cerver�, do ex-ministro Henrique Eduardo Alves, de doleiros, bem como o dossi� de 2 mil p�ginas relativas aos extratos banc�rios de empresas de fachada usadas pela Odebrecht.
Ele tem sido procurado para colaborar com o Minist�rio P�blico do Peru para repatriar dinheiro suspeito de ter sido usado em corrup��o.
Estrutura
Enquanto no Brasil a Pol�cia Federal extinguiu o grupo de trabalho da Lava Jato em Curitiba, o MP afirmou que espera manter a colabora��o com a PGR.
Em um comunicado enviado � reportagem, o escrit�rio do procurador-geral da Su��a, Michael Lauber, afirmou que "tomou nota" da "reorganiza��o" ocorrida no Brasil com a Lava Jato. "O escrit�rio est� confiante de que, baseado em um entendimento m�tuo sobre a import�ncia de combater crimes econ�micos internacionais e lavagem de dinheiro, a atual coopera��o entre as autoridades do Brasil e Su��a continuar� a gerar resultados concretos", afirmou.
"Chave para isso � a coopera��o internacional em andamento, em especial em processos complexos", disse. "Gra�as a essa coopera��o, ativos foram desbloqueados com o consentimento do dono da conta e acordos foram feitos para que os ativos pudessem ser retornados �s partes que sofreram perdas", destacou, em refer�ncia aos entendimentos para a devolu��o de dinheiro de ex-diretores da Petrobr�s que chegaram a acordos de dela��o premiada.
Os su��os ampliaram a equipe de investigadores na medida em que o caso come�ou a aumentar de propor��o. Segundo Lauber, a equipe envolve cerca de dez pessoas.
O grupo su��o inclui analistas forenses, analistas de tecnologia da informa��o, especialistas em lavagem de dinheiro, advogados e especialistas em corrup��o internacional. Segundo o MP, a for�a-tarefa ainda � refor�ada pela presen�a da Pol�cia Federal su��a, al�m do Escrit�rio Federal de Justi�a.
Bancos
Em pouco mais de tr�s anos, o MP de Berna determinou o congelamento de dezenas de contas, em um processo que envolveu opera��es nos principais bancos do sistema su��o, entre eles o J. Safra Sarasin, UBS, HSBC, Julius Baer, Pictet, Lombard Odier e Credit Suisse.
Com o congelamento tamb�m vieram milhares de p�ginas de extratos e a constata��o de que os su��os teriam de transferir alguns dos casos ao Brasil. Esse foi, por exemplo, o caminho adotado para o processo criminal contra Cunha na Su��a e que foi integralmente enviado � PGR. Berna, naquele momento, optou por abrir m�o de processar o ex-deputado, mas entregou aos procuradores brasileiros um caso praticamente pronto, at� mesmo revelando o padr�o de compras de sua fam�lia. De acordo com um procurador em Bras�lia, foi preciso "apenas" traduzir o documento.