Rio, 10 - O ex-governador do Rio de Janeiro S�rgio Cabral reconheceu em depoimento � Justi�a a pr�tica de caixa 2 em suas campanhas eleitorais. Cabral � interrogado na manh� desta segunda-feira pelo juiz Marcelo Bretas, da 7� Vara Federal do Rio.
"Reitero e reconhe�o na pol�tica brasileira a exist�ncia de caixa 2. Houve doa��es legais feitas por empresas na minha campanha e tinha doa��es por caixa 2", contou Cabral. "Estou praticamente h� 8 meses presos e vejo essa discuss�o sobre caixa 2 na pol�tica. Esse � um fato que existe no Brasil h� d�cadas", completou.
O ex-governador, entretanto, disse que n�o reconhecia valores pagos pelas empresas citadas por seu ex-assessor Ary Ferreira da Costa Filho, que disse ter estado na sede do supermercado Prezunic e da cervejaria Itaipava para acompanhar o recolhimento de pagamentos de caixa 2 em esp�cie que somavam mais de R$ 5 milh�es de cada uma das empresas em cada uma das visitas.
"Eu me lembro do Prezunic e da Itaipava me apoiando em campanhas eleitorais. N�o lembro dos valores. Mas nunca houve nenhum tipo de contrapartida", declarou Cabral, afirmando que as empresas mencionadas nos processos envolvendo seu nome nunca tiveram nenhum privil�gio.
O pol�tico reconheceu que entregou sobras de campanha a Costa Filho, mas que foram muito menores que os valores informados pelo ex-assessor � Justi�a. Costa Filho contou nesta segunda-feira em depoimento � Justi�a que recebeu entre R$ 9 e R$ 10 milh�es de sobras de campanha do PMDB.
"N�o reconhe�o esse valor. Esporadicamente, ap�s a campanha, (pode ter sido feito) algum tipo de pagamento de sobras de campanha, mas esse valor eu n�o reconhe�o. Talvez menos de 5% desse valor", afirmou o ex-governador.
(Daniela Amorim)