Bras�lia - O Planalto tenta minimizar o impacto do relat�rio de Sergio Zveiter (PMDB-RJ) na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara, mas admite que o parecer a favor da den�ncia por corrup��o passiva contra o presidente Michel Temer poder� causar "estragos" na base aliada no plen�rio. Para um presidente ser processado no Supremo Tribunal Federal (STF), s�o necess�rios 342 votos.
Ao lado de assessores e dos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Temer acompanhou a leitura do voto de Zveiter pela televis�o de seu gabinete no terceiro andar do Planalto. O presidente recebeu ao longo do dia o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), o subsecret�rio de Assuntos Jur�dicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, e seu advogado Ant�nio Claudio Mariz de Oliveira.
Loures
O presidente ficou contrariado quando o relator da den�ncia disse que era preciso apurar seu envolvimento no recebimento dos R$ 500 mil entregues por um executivo da J&F a seu ex-assessor especial e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), filmado ao sair de uma pizzaria em S�o Paulo com uma mala com o dinheiro. Para Temer e seus auxiliares, n�o h� como fazer essa rela��o de causa-efeito, e o relator, por ser um advogado, na opini�o deles, deveria evit�-la.
A reportagem apurou que o Planalto tamb�m repudiou a afirma��o de Zveiter de que a den�ncia "n�o � inepta" - um dos argumentos de Mariz. Al�m disso, causou inc�modo a Temer e seus auxiliares a alega��o do relator de que, "no m�nimo, h� ind�cios de pr�tica delituosa" e "os ind�cios contra o presidente s�o s�rios e suficientes".
Pressa
Temer tem pressa na finaliza��o do processo e espera ter a ajuda do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apesar de o nome do deputado j� circular como um eventual sucessor, para encerrar a an�lise da den�ncia antes do in�cio do recesso parlamentar, previsto para come�ar na pr�xima ter�a-feira. O presidente, no entanto, tem ci�ncia de que Maia, seu aliado, j� n�o est� mais t�o condescendente �s press�es do Pal�cio do Planalto.
Pelas contas do governo, Temer tem, atualmente, entre 39 e 41 votos da CCJ, depois das trocas de parlamentares da comiss�o por deputados considerados mais confi�veis pelo Planalto. No entanto, o governo sabe que est� sujeito a nova trai��es e est� atento a dribl�-las.
Al�m do processo no colegiado da C�mara, Temer enfrenta ainda a press�o do PSDB, partido cuja bancada na C�mara tem pressionado pelo desembarque do governo e defendido a aceita��o da den�ncia. Embora a previs�o seja de que os tucanos n�o decidir�o nada por enquanto, h� sempre a expectativa de novas rea��es internas na legenda.