


A poucos dias de a den�ncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) chegar ao plen�rio da C�mara dos Deputados, apenas oito parlamentares mineiros garantem que votar�o contra a admissibilidade das acusa��es feitas pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR). Na segunda maior bancada da C�mara – s�o 53 deputados mineiros – a maioria prefere n�o declarar apoio ao peemedebista. At� mesmo deputados que estiveram ao lado de Temer em seu �ltimo pronunciamento e integrantes do PMDB consideram as den�ncias “grav�ssimas” e afirmam que ser� preciso analisar os detalhes da acusa��o e da defesa.
Um dos indecisos, que pediu para n�o ser identificado, afirmou que o afastamento do presidente ganhou for�a entre os que ainda n�o se posicionaram. “Quando um deputado do pr�prio partido de Temer apresenta parecer contra o presidente fica mais complicado continuar ao lado do governo. Muitos sabem que a visibilidade na vota��o pode influenciar nas pr�ximas elei��es e por isso o cen�rio est� imprevis�vel”, disse.
O coordenador da bancada, deputado F�bio Ramalho (PMDB), � um dos que v�o votar a favor de Temer, apesar de admitir que as acusa��es s�o grav�ssimas. Antes cr�tico ao presidente, o deputado fez as pazes com ele e passou a defender a continuidade do governo. “Esse � um julgamento pol�tico e n�o jur�dico. N�o quero passar a m�o na cabe�a do governo e acho que as den�ncias s�o grav�ssimas, mas agora n�o � hora de tirar outro presidente”, avaliou Ramalho, que � vice-presidente da C�mara.
Diego Andrade (PSD) tamb�m considera que a mudan�a atrapalharia o andamento de reformas e por isso disse que votar� contra a den�ncia. “N�o defendo o governo, mas acho que (a aceita��o da den�ncia) atrasaria o andamento de muitos projetos e n�o se votaria mais nada por um bom tempo, prejudicando o pa�s”, disse Andrade.
Os mineiros favor�veis � den�ncia apontam a consist�ncia das provas apresentadas pela PGR e a instabilidade pol�tica do pa�s como motivos para o voto que pode levar ao afastamento de Temer. “Vivemos uma instabilidade muito grande com um presidente ileg�timo. Essa instabilidade precisa ser superada para focarmos nos problemas da popula��o, para resolver o desemprego e as dificuldades econ�micas. Para isso, precisamos garantir a admissibilidade (da den�ncia) e pelo voto do povo possamos colocar na Presid�ncia algu�m que assuma as responsabilidades do pa�s”, afirmou J� Moraes (PCdoB).
Um dos mais ferrenhos cr�ticos do governo Temer, J�lio Delgado (PSB) lamentou as articula��es na CCJ “a mando do Pal�cio do Planalto” para que o parecer de Zveiter seja derrubado. “As manobras est�o acontecendo rapidamente na comiss�o para mudar o resultado da vota��o, que, com certeza, seria contra Temer. Mas espero que essa mudan�a n�o impe�a a comiss�o de estar � altura do momento hist�rico para o pa�s”, afirmou Delgado.
Apesar de estar ao lado de Temer quando ele fez um pronunciamento em que atacou a den�ncia da PGR, os deputados Toninho Pinheiro (PP) e Raquel Muniz (PSD) se dizem indecisos. “Estou recebendo liga��es do Brasil inteiro nos �ltimos dias, ent�o, pode colocar na mat�ria que eu n�o me decidi ainda”, disse Raquel.
Por meio de nota, Marcus Pestana (PSDB), defendeu que seu partido tomasse uma decis�o conjunta sobre o tema. No entanto, o PSDB liberou a bancada para votar sobre a aceita��o da den�ncia. “� um momento complexo e delicado e o que est� em jogo � o futuro do pa�s. Estou analisando criteriosamente a den�ncia e a pe�a de defesa. Creio ser necess�ria uma decis�o partid�ria e n�o individual”, diz Pestana.
Independentemente do resultado da vota��o na CCJ, o plen�rio da C�mara deve decidir sobre a admissibilidade ou n�o da den�ncia de corrup��o passiva contra Temer. Para que a den�ncia seja levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) � preciso que 342 dos 513 deputados votem a favor da instaura��o do processo. Caso os deputados autorizem a abertura do processo, o plen�rio do STF precisa decidir se aceita ou n�o a den�ncia. Se o Supremo aceitar, o presidente ficar� suspenso de suas fun��es por at� 180 dias e assume em seu lugar, interinamente, o presidente da C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM).