Rio, 12 - Apontado como operador financeiro do esquema de corrup��o que seria liderado pelo ex-governador do Rio S�rgio Cabral, o seu ex-assessor Sergio de Castro Oliveira, o Serj�o, afirmou em depoimento � Justi�a Federal que fazia movimenta��o de dinheiro em esp�cie durante as campanhas do peemedebista. Questionado pelo juiz Marcelo Bretas se sabia que isso era ilegal, afirmou que era uma pr�tica comum na pol�tica. "Em todas as campanhas tinha movimenta��o em esp�cie. � uma pr�tica que permeava a pol�tica, mas me arrependo disso", disse ao magistrado. Serj�o afirmou que trabalhou em diversas campanhas de Cabral desde 1994, quando ele foi candidato a deputado estadual.
Oliveira foi apontado pelo Minist�rio P�blico Federal como operador financeiro do esquema de corrup��o que seria liderado por Cabral. Ele exercia a fun��o de transportador e custodiador tempor�rio do dinheiro em esp�cie. O operador tamb�m tinha proximidade com Cabral, sendo padrinho do primeiro casamento dele, com Susana Neves.
"Nas campanhas, transportei valores para pagamento de pessoal e coisas de campanha", afirmou. Segundo ele, os doleiros Marcelo e Renato Chebar, delatores do esquema, entregavam o dinheiro na maior parte das vezes. Serj�o tinha como fun��o pegar e entregar os valores. "Muitas vezes em envelopes fechados", disse.
O ex-assessor de Cabral afirmou ainda que uma vez pegou dinheiro em um posto de gasolina com uma pessoa que n�o conhecia. Ele reconhecia o indiv�duo por meio de um c�digo combinado previamente.
Ele contou ainda que n�o costumava pagar despesas pessoais de Cabral, mas em uma ou duas vezes entregou dinheiro � m�e de Cabral, Magaly Cabral. "Ele (Cabral) me pediu para pagar para a m�e dele R$ 2 mil ou R$ 3 mil para rem�dios de Alzheimer do pai dele".
Serj�o contou que ganhava entre R$ 9 mil e R$ 12 mil mensais para trabalhar na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) cuidando das demandas dos deputados. Nas campanhas, recebia "por fora" entre tr�s a cinco vezes valores que iam de R$ 12 mil a R$ 15 mil. "Algumas vezes recebia no fim da campanha em torno de R$ 30 mil".
(Mariana Sallowicz)