Bras�lia - Aliados do presidente Michel Temer avaliaram que a decis�o do juiz Sergio Moro de condenar o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva pode ser positiva para o governo j� que tiraria o Pal�cio do Planalto do foco da crise pol�tica. A posi��o, no entanto, enfrenta diverg�ncia dentro do governo. Parte dos auxiliares v� com cautela a senten�a.
A preocupa��o do Planalto envolve, al�m de Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presid�ncia), alvos da Opera��o Lava Jato no �mbito do Supremo Tribunal Federal. H� ainda a avalia��o de que � preciso cautela ao se posicionar a favor ou contra da decis�o j� que pol�ticos est�o em disputa com o Minist�rio P�blico Federal. Ap�s ser denunciado pelo procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, Temer tem feito acusa��es de abuso por parte do MPF.
Oficialmente, o Planalto n�o comentou a decis�o de Moro.
Congresso
Vice-l�der do PSDB na C�mara, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) disse que a condena��o � um "ganho institucional e democr�tico". "O principal ganho � que mostra que ningu�m est� acima da lei", afirmou.
J� aliados de Lula acreditam que a condena��o vai ser revertida em segunda inst�ncia por falta de provas. Petistas dizem que o futuro do processo vai ter o mesmo destino do ex-tesoureiro Jo�o Vaccari, que foi absolvido no m�s passado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o. "A condena��o � pol�tica e n�o jur�dica", disse o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
"� subestimar a intelig�ncia do povo achar que essa condena��o aconteceu por acaso neste momento", disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), fazendo refer�ncia � articula��o do governo para garantir maioria na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da C�mara, que discute a admissibilidade ou n�o da den�ncia contra Temer.
Aliado de governos petistas, mas apontado como um dos respons�veis pelo impeachment de Dilma Rousseff, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) saiu em defesa de Lula no plen�rio. Sem citar o petista, criticou o que chamou de "condena��o sem provas".
A defesa de Lula por Renan ocorre ap�s o peemedebista adotar uma postura cr�tica ao governo Temer, principalmente em rela��o �s reformas. A reaproxima��o com o petista, por�m, tem c�lculo pol�tico - a preocupa��o com a reelei��o ao Senado.