Bras�lia, 13 - O relator da den�ncia contra o presidente Michel Temer, S�rgio Zveiter (PMDB-RJ), disse, nesta quinta-feira, 13, que o voto alternativo ao seu parecer apresentado por governistas foi "em defesa do Pal�cio do Planalto", e n�o "origin�rio no Pal�cio", como disse inicialmente. Zveiter fez a retrata��o ap�s protestos de parlamentares contr�rios � den�ncia, que se sentiram ofendidos com a afirma��o. O relator pediu para retirar a frase das notas taquigr�ficas.
Um dos advogados de Temer, Gustavo Guedes, participou de uma reuni�o com deputados do PMDB esta semana para elaborar um voto em separado apresentado por parte da bancada para contrapor o relat�rio de Zveiter. O advogado, no entanto, negou ter participado da elabora��o do texto.
Cr�ticas
Zveiter subiu o tom contra o presidente nesta quinta-feira, acusando-o de comprar parlamentares para tentar barrar o parecer. "Temer acha que usando dinheiro p�blico pode submeter a C�mara ao seu bel sabor", afirmou.
Ele disse que Temer "deveria ser o primeiro a querer ver esclarecidas as den�ncias", por�m "quer subtrair o direito da popula��o de esclarecimentos". "Temos que dizer que distribuir dinheiro p�blico � obstru��o de Justi�a. Perderam a vergonha, perderam a compostura. � obstru��o de Justi�a deputados aqui votarem a favor de um arquivamento esdr�xulo."
Para Zveiter, a grava��o entre Temer e o empres�rio Joesley Batista, da JBS, � uma prova "l�cita" e "cristalina", que "n�o deixa a m�nima d�vida de que o presidente escolheu o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures como representante para tratar de propina". "A narrativa da Procuradoria-Geral da Rep�blica � fort�ssima, os ind�cios s�o fort�ssimos", considerou.
"Existem ind�cios, sim, mas n�o fui eu que coloquei na Constitui��o da Rep�blica a consequ�ncia do afastamento por 180 dias. E n�o � por isso que vou me acovardar, colocar para debaixo do tapete isso tudo e manchar a imagem do Parlamento mais ainda", justificou.
Zveiter avaliou que, "se (Temer) fosse um cidad�o comum, com certeza absoluta a den�ncia j� estaria em andamento". Ele fez duras cr�ticas �s articula��es feitas pelo Pal�cio do Planalto na CCJ para trocar membros e garantir maioria contra a den�ncia. "Hoje vejo deputados que se acham donos da verdade, com base na libera��o das verbas parlamentares e dos cargos. Eu n�o fa�o parte disso."
Contando com uma derrota do seu parecer, Zveiter disse que o resultado ser� artificial, mas ressaltou que continuar� a defender o texto no plen�rio, mesmo contra a vontade da bancada do PMDB.
"No plen�rio, que � soberano, deputados que foram retirados � for�a aqui (da CCJ) poder�o exercer o direito de voto", comentou, citando como exemplo o deputado Esperidi�o Amin (PP-SC), "que foi tirado do colegiado pelo partido porque votaria contra Temer".
(Julia Lindner e Daiene Cardoso)