
Bras�lia – Os cinco votos favor�veis do PSDB na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da Casa, ao processo contra o presidente Michel Temer — em um universo de sete parlamentares poss�veis — n�o assustou o Planalto. Tampouco ser� suficiente, mesmo que essa propor��o se repita quando o tema for levado ao plen�rio, no in�cio de agosto, para fazer com que o presidente Michel Temer exonere os quatro ministros tucanos.
“O presidente Temer n�o retalia aqueles que lhe s�o fi�is”, afirmou um interlocutor palaciano. “N�o vamos punir quem nos apoia por causa de um partido que est� nitidamente dividido”, garantiu.
O governo acredita ter amarrado o apoio de parte consider�vel do PSDB. No caso dos ministros, o discurso � da lealdade pol�tica. O ministro das Rela��es Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, gravou um v�deo, na semana passada, considerando precipitada a decis�o de alguns tucanos de desembarcar do governo Temer.
O titular da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, continua articulando as vota��es favor�veis ao Planalto e ajudou na montagem da equa��o para que o governo vencesse na CCJ.
O caso do ministro das Cidades, Bruno Ara�jo, � mais espec�fico. Quando o esc�ndalo JBS veio � tona, ele foi um dos primeiros ministros a amea�ar entregar o cargo, gesto que s� foi efetivado pelo ministro da Cultura, Roberto Freire, filiado ao PPS. Na �poca, foi contido pelo pr�prio partido e pela bancada de deputados.
Ao longo do tempo, � medida que o PSDB come�ou a projetar o descolamento do governo, Bruno iniciou um caminho de retorno � seara governista. Hoje, n�o � encarado pelo n�cleo palaciano como um ministro “disposto a abandonar o barco”.
Outra jogada milim�trica para constranger a ala dissidente do PSDB foi a escolha do deputado Paulo Abi-Ackel (MG) como relator do voto que pede o arquivamento do processo contra Temer na CCJ. Como o governo conseguiu, por 40 votos a 25, derrotar o texto elaborado pelo deputado S�rgio Zveiter (PMDB-RJ) — que pedia para a C�mara autorizar o STF a abrir o processo contra Temer —, um novo parecer precisava ser elaborado.
Abi-Ackel � ligado ao presidente licenciado do PSDB, senador A�cio Neves (MG), que defende a perman�ncia do partido no governo.
Decis�o
Os movimentos n�o significam que a crise interna no PSDB esteja pacificada. Um deputado influente da legenda, que votou sim ao relat�rio de Zveiter, consultou 150 cabos eleitorais influentes que o ajudam a eleger-se ao longo dos �ltimos oito mandatos.
“Setenta por cento dos pesquisados defendem a abertura da investiga��o e, dos 30% que eram contr�rios, os argumentos estavam ligados ao receio de que isso pudesse atrapalhar a economia. Ningu�m disse que Temer era inocente”, afirmou ele.
O PSDB marcou para o final de agosto uma reuni�o da Executiva do Partido que, al�m de definir a nova dire��o nacional, tamb�m vai debater se a legenda entrega os cargos que ocupa na m�quina federal. O clima de racha entre os tucanos s� aumenta com a jogada com o governo. Um dos principais l�deres dos cabe�as-pretas da legenda, o deputado Daniel Coelho (PE) afirma que nenhum tipo de press�o vai adiantar. “A posi��o do partido � evidente.
Os votos da CCJ mostraram isso. Foram 5 votos a favor da den�ncia e 2 contra. A propor��o em plen�rio ser� a mesma, independentemente da decis�o da Executiva”, comenta. Coelho foi um dos primeiros a defender o desembarque do Executivo publicamente. “No come�o �ramos tr�s, hoje somos 30. N�o tem mais volta.”