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Estado de Minas

Temer est� sob a sombra de outros agostos

Den�ncia contra Temer ser� julgada dia 2 do mesmo m�s em que Dilma sofreu impeachment


postado em 17/07/2017 06:00 / atualizado em 17/07/2017 07:48

Presidente busca costurar acordos e garantir votos e barrar denúncia(foto: Evaristo Sá/AFP - 26/6/17)
Presidente busca costurar acordos e garantir votos e barrar den�ncia (foto: Evaristo S�/AFP - 26/6/17)

A exemplo do que viveram a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e outros mandat�rios do maior posto do Executivo no Brasil, o presidente Michel Temer (PMDB) se prepara para viver o seu agosto sombrio. Marcada para o segundo dia do m�s, a vota��o da admissibilidade da den�ncia contra ele ter� rito semelhante ao do impeachment de sua antecessora, com os deputados sendo chamados um a um a se pronunciar. At� l�, o peemedebista tem duas semanas para costurar acordos e garantir que a oposi��o n�o consiga os 342 votos necess�rios para torn�-lo r�u no Supremo Tribunal Federal. Contra ele, Temer tem o tempo – podem surgir fatos novos como dela��es do ex-presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB), e do operador do PMDB, o doleiro L�cio Funaro, e as den�ncias que ficaram faltando o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, apresentar.

Foi em agosto de 2016 que a ex-presidente Dilma Rousseff viveu seus dias finais de agonia, j� afastada do governo. No dia 31 daquele m�s, a petista sofreu o impeachment, que significou a perda definitiva do cargo, quando o Senado aprovou seu afastamento por 61 votos a 20. Agora, no agosto de Temer, a luta � pelo esvaziamento da vota��o que pode autorizar um processo contra ele. “N�s liquidamos a vota��o com 180 a 200 votos. Quem tem que conseguir colocar 342 deputados presentes para votar pela den�ncia � a oposi��o e acho mais f�cil vermos pelo em ovo ou cachorro voando do que eles conseguirem”, afirmou o deputado Darc�sio Perondi (PMDB-RS), um dos integrantes da tropa de choque de Temer.

Perondi diz que o governo est� seguro, pois teve vit�rias na �ltima semana com a aprova��o da reforma trabalhista e de um parecer pelo arquivamento da den�ncia na CCJ. “Perdemos metade do PSB, talvez um ter�o dos tucanos, mas isso n�o nos afeta. N�o vamos perder, o pa�s est� melhorando e o governo est� otimista e confiante”, disse. O deputado n�o acredita que as duas semanas de intervalo venham a atrapalhar os planos de Temer de continuar no poder, nem mesmo com poss�veis dela��es e den�ncias. A ordem do governo, segundo ele, foi apenas manter o pa�s funcionando.

Perondi acredita que a situa��o de Temer seja totalmente diferente da de sua antecessora. “No impeachment, tinha uma presidente queixo duro e as ruas pedindo o fora Dilma. Hoje temos um presidente parlamentarista, que dialoga com o Congresso, e as ruas est�o vendo que o pa�s est� come�ando a melhorar. Mas o governo tamb�m n�o est� de salto alto”, disse.

A oposi��o tamb�m n�o vai descansar no recesso. Segundo o l�der do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ), o grupo estar� presente no dia 2 de agosto e o governo � que precisa colocar os seus em plen�rio. “Vamos trabalhar para ter os 342 votos. Assim como o balc�o de neg�cios armado no Planalto n�o ter� recesso, n�s tamb�m n�o teremos”, afirmou. Os opositores de Temer est�o fazendo um levantamento para entrar com uma representa��o no Minist�rio P�blico acusando o governo de corrup��o ativa e os parlamentares que receberam emendas desproporcionalmente a outros �s v�speras da vota��o da den�ncia na CCJ por corrup��o passiva.

Alencar acredita que o recesso pode atrapalhar os planos no Planalto. “Em duas semanas, com o contato direto com a sociedade, muitos deputados v�o sair da indefini��o e novas den�ncias poder�o vir nesse per�odo, portanto nosso interesse m�ximo atrav�s da press�o social � aprovar a den�ncia do PGR”.

Al�m da press�o popular nas bases, est�o no ar plataformas virtuais para ajudar a pressionar os deputados. Um deles, o #342, traz uma campanha de artistas pela necessidade de conseguir votos suficientes para derrubar Temer. Neste, 158 deputados s�o colocados como indecisos. J� o site com mapa do afasta Temer, do movimento Vem pra Rua, coloca 189 parlamentares como indecisos. Al�m de dar a posi��o de cada um, os sites d�o telefone e e-mail dos parlamentares para que o eleitor possa mandar seus recados.

A maldi��o de agosto


Al�m de Dilma e Temer, agosto representou um m�s definitivo para outros pol�ticos que ocuparam o Pal�cio do Planalto. O agora senador Fernando Collor de Mello teve o seu destino selado em agosto de 1992, quando o povo foi �s ruas para tir�-lo do poder depois que ele se atolou em uma crise pol�tica e foi cercado por den�ncias de corrup��o. Em 13 de agosto de 2014, o ex-governador de Pernambuco, que concorria � Presid�ncia, morreu em um desastre a�reo. Em 24 de agosto de 1954, o Brasil ficou chocado com o suic�dio de Get�lio Vargas.

Oposi��o vai � PGR

Bras�lia – Os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e Aliel Machado (Rede-PR) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) dever�o entregar � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), hoje, uma representa��o contra o presidente Michel Temer. Eles pedir�o que a PGR investigue a libera��o de emendas para deputados da base governista no contexto da vota��o da admissibilidade da den�ncia na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da C�mara dos Deputados. O documento foi elaborado com base em um levantamento feito pela assessoria de Alessandro Molon sobre as emendas liberadas.

“Queremos impedir que Temer continue usando dinheiro p�blico para obstruir a Justi�a e permanecer impune com a ajuda do Congresso. Al�m disso, queremos impedir que servi�os essenciais sejam prejudicados por causa dessas manobras ilegais e irrespons�veis do governo”, afirmou o deputado.

Dos 40 deputados que votaram pela rejei��o do parecer que recomendava a abertura de investiga��o contra Temer na CCJ da C�mara, 39 tiveram R$ 266 milh�es em emendas parlamentares empenhadas, de acordo com valores atualizados. Esse valor corresponde ao per�odo entre junho, ap�s a divulga��o da dela��o do empres�rio Joesley Batista, que foi usada na den�ncia contra Temer, e as duas primeiras semanas deste m�s, �s v�speras da vota��o.


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