(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

'Ningu�m se sente feliz dando imunidade a criminoso', diz Janot sobre Joesley


postado em 17/07/2017 13:37

S�o Paulo, 17 - O procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot disse nesta segunda-feira, 17, que "ningu�m se sente feliz concedendo imunidade a criminoso, ningu�m gosta disso". Nos Estados Unidos, onde participou de evento no Woodrow Wilson Center, no qual falou sobre o uso dos acordos de colabora��o premiada na promo��o de Justi�a e do Estado de Direito no Brasil, Janot revelou os motivos que o levaram a aliviar plenamente a situa��o do empres�rio Joesley Batista, da JBS, que delatou o presidente Michel Temer como suposto benefici�rio de propinas do grupo.

O procurador contou que recebeu a den�ncia de Joesley, atualmente residindo em Nova York com a fam�lia. O empres�rio, segundo Janot, exigiu imunidade total em troca da muni��o de que dispunha contra o presidente. "Sopesei o interesse p�blico", afirma Janot.

"A grande pol�mica que se tem hoje no Brasil � a concess�o de imunidades a pessoas ricas, que moram aqui em Nova York, n�o moram no Brasil j� h� algum tempo", disse Janot. "Essas pessoas (Joesley e outros executivos da JBS) procuraram agentes do Minist�rio P�blico para oferecer a possibilidade de um acordo penal. E envolviam altas, alt�ssimas autoridades da Rep�blica."

Segundo o procurador, sua primeira rea��o foi achar que n�o era verdade. "N�o acredito que isso esteja acontecendo, n�o pode acontecer, depois de tr�s anos e meio da Lava Jato, com esses n�meros (de pris�es e condena��es), � inacredit�vel que a pr�tica continue aberta", reagiu inicialmente o procurador.

Janot contou que os delatores da JBS exibiram, ent�o, algumas grava��es "em que realmente comprovavam ali o cometimento de crimes desses altos dignat�rios da Rep�blica".

Joesley gravou conversa com Temer na noite de 7 de mar�o no Pal�cio do Jaburu. O di�logo mostra que o empres�rio contou ao presidente pr�ticas criminosas, inclusive o pagamento de mensalinho a um procurador da Rep�blica, no caso, �ngelo Goulart, que est� preso, e propinas de Eduardo Cunha - detido na Lava Jato desde outubro de 2016 - em troca do sil�ncio do ex-presidente da C�mara.

"A diferen�a: crime em curso, a primeira colabora��o que nos traz elementos para cessar pr�tica delituosa e n�o investigar delitos praticados no passado", seguiu Janot. "E delitos graves e delitos envolvendo essas altas autoridades da Rep�blica."

O chefe do Minist�rio P�blico Federal brasileiro detalhou as negocia��es com Joesley e os outros executivos da JBS na miss�o hist�rica que levou � den�ncia criminal contra o presidente por crime de corrup��o passiva.

"Em toda a negocia��o, esses sujeitos diziam, 'olha, a gente n�o abre m�o de imunidade porque a extens�o do que se entrega aqui � enorme e n�s queremos, enfim, usar os nossos meios para evitar qualquer tipo de rea��o e da imunidade, ent�o, a gente n�o abre m�o. Todo o resto a gente negocia, agora, imunidade n�o tem como negociar'", disse Janot.

"Essa a decis�o que me tocou naquele momento", afirmou. "Sopesando o interesse p�blico, conceder imunidade a criminosos e s�o criminosos mesmo, praticaram v�rios e v�rios e v�rios crimes, ou n�o sabendo da pr�tica do curso em crime eu n�o ter como fazer cessar eu n�o ter como fazer cessar essa pr�tica em curso. Sopesando o interesse p�blico eu disse: eu vou conceder imunidade e, depois, tento explicar, porque ningu�m se sente feliz concedendo imunidade a criminoso, acho que ningu�m gosta disso. Mas foi poss�vel sopesando interesse p�blico e da sociedade brasileira."

"Posso afirmar que uma investiga��o desse tamanho n�o chegaria onde chegou se n�o fosse esse poderoso instrumento da colabora��o premiada, algu�m de dentro nos ajuda a entender a estrutura de uma organiza��o criminosa", completou o procurador-geral

(Julia Affonso e Fausto Macedo)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)