"A palavra propina foi inventada pelos empres�rios para tentarem culpar os pol�ticos. Ou pelo Minist�rio P�blico. Por tudo o que leio na imprensa, todas as campanhas do Brasil sempre foram feitas (com financiamento de empresas)", disse o ex-presidente em entrevista � r�dio Tiradentes do Amazonas, transmitida ao vivo pelo Facebook de Lula. "A diferen�a � que agora transformaram as doa��es em propina, ent�o tudo ficou criminoso".
O petista defendeu, ainda, a cria��o de um fundo p�blico eleitoral, em discuss�o na C�mara. "Se os pol�ticos n�o tiverem coragem de mudar a legisla��o eleitoral, de criar um fundo de financiamento de campanha para que n�o fiquem mais dependentes de empres�rio, o Brasil n�o vai ter jeito", disse.
Sem falar diretamente em caixa 2, Lula disse que o candidato que prestou contas � Justi�a Eleitoral sobre doa��es empresariais, e elas foram aprovadas, n�o teria culpa.
"Quando o empres�rio deu o dinheiro, certamente ele n�o disse 'vou te dar o dinheiro, mas � propina'. Se ele avisasse e o candidato aceitasse, deveria ser preso, o empres�rio e o candidato", disse o ex-presidente, que questionou: "Se ele (empres�rio) deu dinheiro, o candidato colocou na presta��o de conta e a Justi�a Eleitoral aprovou, que culpa tem esse candidato?"
O ex-presidente voltou a negar que soubesse de casos de corrup��o dentro do partido. "Tem muitas coisas que acontecem dentro da sua casa, na sala do lado do seu trabalho, e voc� nao sabe. Voc� n�o � obrigado a saber", disse.
Condenado a 9 anos e meio de pris�o pelo juiz S�rgio Moro e com seus bens bloqueados a pedido do magistrado, Lula afirmou que ir� recorrer das decis�es em segunda inst�ncia. "Vamos ver se desmontamos isso", disse o petista, que voltou a chamar o processo de mentiroso e a culpar a participa��o da imprensa. "Seria muito mais barato para o Brasil se eles tivessem acreditado quando eu disse que o apartamento n�o era meu".
Na entrevista, Lula voltou a criticar o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas criticou o segundo mandato da petista que, segundo ele, veio ap�s uma "campanha muito nervosa e muito radicalizada".
"Depois das elei��es, a gente percebeu que a Dilma fez algumas coisas que n�o estavam no discurso que agradou tanto a esquerda para lhe apoiar em 2014. Come�amos a ter um problema de queda das pesquisas da opini�o publica, queda da economia e queda do emprego, at� que veio o impeachment da companheira Dilma, que foi uma coisa ilegal", disse.
Para o petista, "foi triste ver tantos amigos da Dilma" votarem pelo impeachment, o que chamou de um "erro hist�rico" com o Pa�s. Disse, ainda, que nas pr�ximas elei��es pediu para que o partido atuasse de forma separada de outras siglas, para demarcar o discurso.
"Nessas elei��es agora, pedi para o PT sa�sse separado, para demarcar nosso discurso. Porque sen�o d� a impress�o de que est� todo mundo na mesma bacia e n�o � verdade. � preciso que a gente mostre a diferen�a pol�tica nesse momento. Acho que o Z� Ricardo (candidato do PT para o governo do Amazonas, Jos� Ricardo Wendling) vai fazer isso com muita compet�ncia".