
Ao fechar um acordo sobre o processo de elei��es internas no PSDB, os senadores A�cio Neves (MG) e Tasso Jereissati (CE), presidentes licenciado e interino respectivamente da sigla, delegaram ao presidente Michel Temer o destino de seus ministros tucanos. A legenda saiu rachada do processo de vota��o na C�mara dos Deputados sobre o prosseguimento da den�ncia por corrup��o passiva contra o peemedebista.
"Vamos reavivar o partido. Se tem ministro (do PSDB no governo), se n�o tem ministro, isso � problema do presidente. N�o � nosso problema", afirmou Tasso durante entrevista coletiva no Senado ao lado de A�cio.
O senador mineiro tamb�m minimizou a perman�ncia no governo Temer. "(Continuar no governo) � uma quest�o, para n�s, absolutamente secund�ria. Essa quest�o de cargos e minist�rios pertence ao presidente da Rep�blica, que far� aquilo que achar mais adequado em rela��o aos cargos do PSDB. Isso n�o � uma preocupa��o que n�s temos", disse A�cio.
Agora o partido ficar� focado em escolher seus dirigentes. Em encontro na casa do senador mineiro, em Bras�lia, horas antes da coletiva, A�cio fez um "apelo" para que Tasso continue � frente da sigla: "Ao meu ver, � a pessoa que tem as melhores condi��es (de conduzir o partido). Fiz a ele um apelo em nome da unidade do partido".
O senador mineiro deu "carta branca" ao colega para conduzir a renova��o da sigla. "Em rela��o ao cronograma do PSDB acertado com o senador Tasso Jereissati, o PSDB far�, at� o fim do ano, a renova��o das suas dire��es municipais, estaduais, da sua dire��o nacional e apresentar� o nome do seu pr�-candidato � Presid�ncia da Rep�blica", afirmou A�cio. Tasso ganha autonomia no comando do PSDB.
O acordo possibilitou tamb�m a A�cio continuar como presidente licenciado mesmo sendo denunciado em processo no Supremo Tribunal Federal. Antes do encontro, Tasso manifestava a interlocutores o interesse de entregar o cargo de interino por n�o concordar com as articula��es paralelas de A�cio com o Pal�cio do Planalto e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Comemora��o
A ala mineira da bancada do PSDB na C�mara, que sempre defendeu a manuten��o da alian�a com o governo, comemorou o compromisso. "Foi a supera��o de um momento delicado do partido. Eu acho que a gente vira uma p�gina e vamos superar essa agenda do desembarque que imobilizou o partido", disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos aliados de A�cio na Casa.
A avalia��o dos cabe�as pretas, movimento que defendia o fim da alian�a, tamb�m foi positiva. O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) ligou para A�cio para elogiar o gesto pela "uni�o do partido". Na avalia��o de alguns deles, manter Tasso no comando da legenda � uma sinaliza��o de rever�ncia. "� um gesto para todos n�s que estamos pensando em sair do governo", disse.
Alguns tucanos avaliam que o �nico derrotado teria sido o governador Geraldo Alckmin (SP), que atuou pela derrota do governo. Entre os deputados paulistas, 11 de 12 votaram pelo prosseguimento da den�ncia. "Esse acordo entre A�cio e Tasso foi feito com o Alckmin. Ele teve participa��o direta e era um dos mais preocupados com a divis�o do partido", disse o deputado Silvio Torres (SP), principal aliado do paulista na C�mara e secret�rio-geral do PSDB.