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Estado de Minas

Dados sobre propinas da Odebrecht na Su��a continuam encriptados

A Odebrecht terias refor�ado prote��o sobre os pagamentos de propinas a partir de 2012 e, at� hoje, muitas das transa��es continuam desconhecidas e encriptadas


postado em 07/08/2017 12:13 / atualizado em 07/08/2017 12:22

Genebra - O Minist�rio P�blico da Su��a entregou ao Brasil apenas uma parte dos dados coletados no servidor da Odebrecht que havia sido descoberto em Genebra. O restante, segundo fontes pr�ximas ao caso, continua na Su��a e aguarda ainda uma decis�o. O problema seria o n�mero insuficiente de pessoas para se dedicar a avaliar os milhares de documentos antes de enviar os dados ao Brasil.

De acordo com fontes pr�ximas ao caso, a Odebrecht refor�ou a prote��o sobre os pagamentos de propinas a partir de 2012 e, at� hoje, muitas das transa��es continuam desconhecidas e encriptadas.

A expectativa era de que os dados, segundo os procuradores, confirmassem conte�dos de dela��es premiadas de ex-executivos da empresa contra a vers�o contestat�ria de quase todos os pol�ticos alvos de inqu�ritos no Supremo Tribunal Federal (STF). O senador Romero Juc� (PMDB-RR), por exemplo, chegou a chamar os depoimentos de "fic��es premiadas".

Os dados revelariam pagamentos de propinas, com datas, benefici�rios e rota dispon�vel do dinheiro. No total, os su��os confiscaram 2 milh�es de documentos, e-mails, extratos banc�rios e contratos sobre movimenta��es financeiras da construtora em todo o mundo. Parte deles chegou a ser compartilhado com o Brasil, para ajudar na apura��o de casos espec�ficos.

Em janeiro deste ano, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) chegou a pedir ajuda do FBI no caso. A resposta dos americanos era de que a prote��o do servidor que estava no Brasil precisaria de mais de cem anos para conseguir ser furada.

De acordo com a coluna de M�nica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, 7, o procurador Deltan Dallagnol informou � Justi�a que a for�a-tarefa da Lava Jato ainda n�o teve acesso aos dados do servidor da Odebrecht, nem com a empresa no Brasil e nem com a coopera��o dos su��os. A resposta dele teria sido dada depois que a defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva solicitou tamb�m o acesso aos documentos.

Oficialmente, o Minist�rio P�blico da Su��a se limita a confirmar que, em 2016, os servidores foram confiscados e que parte da informa��o foi de fato recuperada.

Mas, � reportagem, fontes pr�ximas ao caso confirmam que n�o houve decis�o final sobre o envio do volume de dados, mesmo se parte da informa��o contida nas planilhas de fato j� tenha chegado ao Brasil e tenha sido compartilhada com outros pa�ses que tamb�m investigam o caso. Existiriam ainda dezenas de pedidos do Pa�s, que continuam empilhados em Berna, esperando uma decis�o.

Servidor


O servidor confiscado na Su��a est� ainda em grande parte encriptado. Por�m, os investigadores se beneficiaram do fato de que muitos informes internos entre 2008 e 2012 estavam desprotegidos. Foi com esses dados que eles conseguiram montar o esquema de pagamentos de propinas da empresa no Brasil e em diversos pa�ses pelo mundo. Esses dados puderam ser utilizados e inclusive compartilhados.

A partir de 2012, praticamente todos os dados estavam encriptados. Mesmo outras transa��es anteriores a 2012 tamb�m continuariam desconhecidas, ainda que o esquema em linhas gerais j� tenha sido desmontado. Para os su��os, portanto, o que de fato ocorreu na Odebrecht entre 2012 e 2016 est� longe de estar esclarecido.

Um dos trabalhos que ainda poderiam ser realizados se refere a uma eventual compara��o entre o que existe no servidor que ficou no Brasil e aquele na Su��a.

Hist�rico


Quando a Lava Jato come�ou em 2014, parte dos rastros de pagamentos no Brasil pela Odebrecht foi destru�da. J� o servidor que armazena as movimenta��es de dinheiro da empresa direcionado a propinas foi mantido em Genebra. Sua exist�ncia foi revelada pelos pr�prios ex-funcion�rios da construtora.

Em janeiro deste ano, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, estava com uma reuni�o marcada com o procurador su��o Michael Lauber, em Berna. Antes do encontro, os su��os disseram a Janot que teriam uma "boa not�cia" em rela��o aos dados dos servidores. Mas a reuni�o jamais ocorreu, j� que horas antes o brasileiro teve de retornar ao Pa�s por causa da morte do ministro do Supremo, Teori Zavascki.

At� agora, foram mais de mil rela��es banc�rias identificadas com a Odebrecht em contas na Su��a, com o bloqueio in�dito de mais de US$ 1 bilh�o. Os dados tamb�m mostraram que, apenas pelas movimenta��es da Odebrecht, cerca de US$ 635 milh�es passaram pelas contas secretas.

Em documento obtido pelo Estado no Tribunal Federal da Su��a, de 21 de dezembro de 2016, os su��os informam que houve tentativa da Odebrecht em destruir as informa��es do servidor da empresa mantido no pa�s. "Grande parte dos dados foi deletado antes por ordens da dire��o ou foi encriptada. Mas elas puderam ser restauradas e decriptadas", indicou o documento.

"Al�m disso, milhares de listas foram confiscadas e partes de pagamentos registrados no sistema de contabilidade paralelo foram listadas, com refer�ncia �s datas dos pagamentos, o valor e o n�mero de codinomes dos recipientes, al�m da pessoa respons�vel pelo pagamento", dizem os su��os.

O acesso ao servidor come�ou a se tornar uma realidade quando Fernando Migliaccio, ex-executivo da Odebrecht e respons�vel por fazer pagamentos de propinas, foi preso em Genebra. Em seu depoimento diante do juiz federal S�rgio Moro, ele contou que foi v�tima de uma "armadilha" por parte do Minist�rio P�blico da Su��a.

Segundo ele, seu banco em Genebra o teria insistido que precisava que ele fosse at� a Su��a para resolver algumas pend�ncias. Quando chegou, foi preso em Genebra em fevereiro de 2016 e sua deten��o foi considerada como fundamental para os investigadores.


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