S�o Paulo, 15 - O juiz federal Sergio Moro, respons�vel pela Opera��o Lava Jato na primeira inst�ncia, afirmou nesta ter�a-feira, 15, em evento na cidade de S�o Paulo, que um juiz n�o deve se preocupar com consequ�ncias pol�ticas de suas decis�es, mas levar em conta o que est� no processo. O magistrado defendeu a redu��o de pessoas com acesso ao foro privilegiado e o corte do excesso de cargos comissionados pelo governo, al�m do aumento do efetivo da Pol�cia Federal.
Moro disse estar especialmente preocupado com retrocessos no combate � corrup��o no Brasil. "Retrocessos v�o passar uma mensagem errada no sentido de que as institui��es avan�aram, n�o suportaram os avan�os e � preciso voltar ao status anterior, de impunidade e corrup��o sist�mica."
O enfrentamento da corrup��o n�o custa t�o caro, depende do empenho da classe pol�tica e precisa "ser feito sem hesita��o" no judici�rio e na pol�cia, disse Moro. O magistrado ressaltou que a Lava Jato j� teve mais casos julgados do que a Opera��o M�os Limpas, na It�lia.
O juiz defendeu a dela��o premiada, destacando que h� crimes que existem testemunhas, como um atropelamento ou at� um homic�dio, mas outros, como a corrup��o, s�o cometidos em segredo, e a dela��o vai justamente revelar estas irregularidades.
"A ideia da colabora��o � dar incentivo para que ocorra rompimento deste pacto de sil�ncio." Moro tamb�m afirmou ser contra o excesso de pessoas que t�m direito ao foro privilegiado. As inst�ncias superiores, ressaltou o juiz, n�o est�o preparadas para tantos casos.
O juiz destacou logo no in�cio de sua palestra que o aspecto "mais assustador" da corrup��o na Petrobras foi o quadro sist�mico com que as irregularidades eram praticadas. "Era a regra do jogo", disse ele, destacando que a recupera��o de valores desviados com corrup��o foi expressiva na petroleira ap�s a Lava Jato. "O caso come�ou pequeno e foi crescendo."
Questionado na parte de perguntas e respostas sobre o prazo de dura��o da Lava Jato, Moro ressaltou que, sobre os crimes praticados na Petrobras, grande parte dos trabalhos da opera��o j� foi realizada, com v�rios executivos j� julgados e condenados.
"A opera��o da Lava Jato vai se encerrar em algum momento, mas o enfrentamento da corrup��o tem ocorrer no dia a dia", disse ele, ressaltando que � preciso empenho da classe pol�tica para que este combate seja efetivo. "� preciso ter pol�ticas p�blicas voltadas ao enfrentamento da corrup��o."
(Altamiro Silva Junior e Marcelo Osakabe)
Publicidade
Juiz n�o deve se preocupar com consequ�ncias pol�ticas de suas decis�es, diz Moro
Publicidade
