Bras�lia, 15 - O presidente licenciado do PSDB, senador A�cio Neves (MG), defendeu a perman�ncia do seu partido no governo e avisou que "o apoio � agenda de reformas independe da manuten��o dos ministros" nos seus cargos. "Isso n�o altera um voto do PSDB", avisou. As declara��es de A�cio foram dadas no Pal�cio do Planalto, ap�s audi�ncia com o presidente Michel Temer. A�cio reagiu ainda � press�o do Centr�o que cobra cargos atualmente ocupados pelos tucanos, apesar de metade do partido ter sido a favor da tentativa de afastar Temer do Planalto, avisando que "os cargos n�o s�o do PSDB, mas do presidente".
Sobre o aceno que o presidente fez ao prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria, irritando parte dos integrantes do PSDB ligados ao governador Geraldo Alckmin, A�cio minimizou dizendo que, "sempre que acena aos tucanos o presidente acena a um partido essencial � governabilidade do Pa�s", justificando que o apoio e a lealdade do partido ao governo "se d� por uma agenda de reformas e esta agenda est� em curso, mesmo com obst�culos, trope�os e recuos". E alfinetou os rebeldes do partido: "entre dividir o �nus para enfrentar essa agenda e a posi��o c�moda de lavar as m�os em rela��o a ela, eu fico com a primeira".
A�cio, que lidera o grupo que quer permanecer ao lado de Temer, classificou como "um erro" marcar data para o desembarque do governo, como quer ala mais jovem do partido. "Isso sinaliza que n�s n�o acreditamos no que estamos fazendo", justificou ele, acrescentando que, "enquanto houver, por parte do governo a disposi��o demonstrada at� aqui de avan�ar na constru��o dessa agenda, que sempre foi a agenda do PSDB e que estava no meu programa de governo na elei��o de 2014, n�s temos obriga��o de sermos fi�is a ela e � mais adequado apoiar essa agenda".
Depois de citar que o partido tem influenciado em decis�es importantes, notadamente na �rea econ�mica, "eu n�o marcaria data para absolutamente nada". E ironizou: "eu gostaria de ver marcada, no Congresso, � data para a vota��o da reforma da Previd�ncia e da simplifica��o tribut�ria, que s�o as duas grandes prioridades al�m da reforma pol�tica".
A�cio insistiu em reagir � press�o dos aliados de Temer que pedem os cargos dos tucanos. O senador ressaltou que os cargos que o PSDB t�m no governo pertencem ao presidente e reiterou que o titular do Pal�cio do Planalto "tem toda a liberdade" para utilizar os postos "da forma que achar melhor para o seu governo".
Lembrou, no entanto, que Temer tem dito que � importante ter o PSDB no governo. "N�s n�o pedimos cargos", afirmou A�cio lembrando que foi Temer que buscou "nomes qualificados" no PSDB. "Se eventualmente amanh� ele achar melhor ocupar esses cargos de outra forma, o PSDB continua tendo o mesmo compromisso com as reformas", declarou A�cio, assegurando que "isso e n�o altera um voto do PSDB". E reiterou: "o nosso apoio a essa agenda independe da perman�ncia de ministros no governo".
(T�nia Monteiro e Carla Ara�jo)