Bras�lia, 18 - O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, passou esta quinta-feira, 17, no Senado procurando parlamentares para conversar sobre a CPI instalada no in�cio do m�s com o objetivo de investigar empr�stimos internacionais do banco nos �ltimos 20 anos. Fora da agenda oficial, Rabello de Castro abordou, nos corredores do Congresso, senadores do PSDB com pedidos de apoio.
A reportagem presenciou um encontro da comitiva de Rabello com o senador A�cio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, na sa�da do plen�rio. Rabello e seus assessores cumprimentaram o senador e tiraram fotos com ele. A conversa durou menos de tr�s minutos. Falaram sobre a JBS, cuja dela��o dos executivos gerou um pedido de pris�o do senador, e tamb�m sobre a CPI.
Rabello disse que a comiss�o "� uma maluquice" e pediu que A�cio interviesse na composi��o do colegiado. O senador afirmou que, por forma��o, n�o se envolve em CPIs. "Eu escalei o Paulo Bauer para pedir ao (Jos�) Serra. 'Voc�s n�o participam de comiss�o. Quem sabe voc�s dois...' Voc�s deveriam chamar algu�m do PSDB para tomar conta", disse Rabello a A�cio.
L�der do PSDB, o senador Paulo Bauer (SC) disse que o presidente do banco pediu que ele indicasse para a vaga deixada por Ricardo Ferra�o (ES), que saiu da comiss�o, um senador que acompanhasse os trabalhos do in�cio ao fim. Bauer afirmou que ainda n�o sabe quem indicar�.
Segundo o l�der da bancada tucana, Rabello defendeu os empr�stimos do BNDES, mesmo em gest�es anteriores, e reclamou de ter que atender aos pedidos da CPI. "Pelo que ele me disse, n�o tem nenhuma a��o do banco que n�o tenha sido feita dentro da legalidade. Ele disse que existem muitos conceitos equivocados sobre as opera��es do BNDES", afirmou o senador. Procurado, Serra disse n�o ter conversado com Rabello.
Abordado pela reportagem, o presidente do BNDES demonstrou irrita��o ao ser questionado sobre o motivo dos encontros. Segundo ele, n�o h� nenhuma tentativa de poupar o banco. "Essa � uma CPI que tem por obriga��o esclarecer tudo. E o presidente do BNDES � o primeiro colaborador do esclarecimento total das coisas", disse. "Eu fa�o quest�o de n�o ser poupado. � uma posi��o contr�ria do que parece. N�o estou defendendo o banco, eu aqui s� estou esclarecendo."
Em outra abordagem, o presidente do banco estatal pediu apoio, ao sair do elevador privativo, ao vice-presidente do Senado, o tucano C�ssio Cunha Lima (PB). O senador tucano n�o retornou aos contatos da reportagem ontem.
Agenda
Oficialmente, constava da agenda do presidente do BNDES apenas encontros com os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da CPI, e Roberto Rocha (PSB-MA), relator e autor do pedido de cria��o da comiss�o. Os dois confirmaram a reuni�o.
Segundo Alcolumbre, Rabello pediu a ele que "o nome da institui��o n�o seja alvo de den�ncias sem fundamento". "Ele quer que as apura��es aconte�am de forma transparente", disse Alcolumbre, por meio de sua assessoria.
J� Rocha afirmou que tranquilizou o presidente do BNDES sobre os m�todos de trabalho da CPI e que Rabello, por sua vez, colocou toda a estrutura do banco � disposi��o. "Eu disse que n�o tenho nenhum interesse de expor ou prejudicar a imagem da institui��o BNDES. Jamais vou ter como alvo a empresa. O Rabello me disse: 'Fico muito feliz de ouvir isso, porque isso � uma tranquilidade para o mercado'", afirmou Rocha.
Esta n�o � a primeira vez que Rabello procura parlamentares para "blindar" o banco em uma CPI. Em junho, logo que assumiu, ele os procurou para evitar que funcion�rios fossem chamados para depor na comiss�o mista da JBS, ainda n�o instalada. A CPMI foi o que ajudou a derrubar Maria Silvia Bastos Marques da presid�ncia do BNDES. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Felipe Fraz�o e Thiago Faria, com colabora��o de Dida Sampaio)