S�o Paulo e Bras�lia, 18 - Centro Democr�tico, Progressistas, Patriota, MDB, Livres, Democracia Crist� e Avante. O desgaste da representa��o pol�tico-partid�ria criou uma tend�ncia na qual as siglas trocam nomes por "slogans" e ideologias por "marcas". O objetivo � se distanciar da palavra "partido" e apresentar palavras de ordem, que correspondam aos anseios da popula��o.
Na avalia��o do professor da Universidade de Salamanca (Espanha) Carlos Manhanelli, especialista em marketing pol�tico, trata-se de uma "renova��o de marca". "O principal motivo dessas mudan�as � escamotear o desgaste das siglas. No Brasil, os partidos perderam a ideologia h� muito tempo. A mudan�a de denomina��o acompanha essa falta de ideologia. Vira apenas uma marca", afirmou.
Muitas das novas siglas seguem a tend�ncia de n�o apenas mudar o nome, mas tirar o "P", de partido, para se distanciar desse conceito. "O Avante, do PT do B, d� uma ideia de o Pa�s avan�ar, ir em frente. Palavras de ordem acabam tendo impacto na opini�o p�blica. N�o s�o novos nomes de partidos, s�o slogans", disse Manhanelli.
O PTN mudou para Podemos; o PT do B e o PSDC querem virar Avante e Democracia Crist�. O �ltimo a demonstrar a inten��o de trocar de sigla foi o PMDB. Nesta semana, o presidente do partido, senador Romero Juc� (RR), disse que, para "ganhar as ruas", voltariam a usar o nome que levava na ditadura militar: Movimento Democr�tico Brasileiro (MDB).
Nem todos j� apresentaram a mudan�a para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, se quiserem que as novas siglas apare�am nas urnas em 2018, devem oficializar o pedido at� outubro. Segundo o TSE, foram 14 mudan�as em nomes de partidos desde a Constitui��o de 1988.
A mera altera��o de nome, por�m, � vista com ceticismo pelo cientista pol�tico Adriano Oliveira, professor da Universidade Federal de Pernambuco. "Os partidos pol�ticos e o Congresso t�m baix�ssima taxa de confian�a perante � popula��o, ent�o, se voc� muda o nome, mas n�o muda a estrutura, isso n�o vai mudar a opini�o dos eleitores sobre os partidos."
Para a cientista pol�tica Lara Mesquita, da Funda��o Getulio Vargas (FGV), essas mudan�as de nome s�o uma rea��o � crise de representatividade. Segundo ela, isso, contudo, n�o � necessariamente ruim. "Mudan�a pode ser positiva quando h� uma mudan�a program�tica."
Herdeiros
Ela citou, por�m, o PFL, que se tornou Democratas (DEM) em 2007, como exemplo negativo. "O PFL, quando muda para DEM, est� claramente tentando rejuvenescer, eles mudam toda a �elite�. Elite entre aspas, porque acabam colocando na lideran�a os herdeiros dos antigos l�deres."
O DEM � o partido do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (RJ), e do prefeito de Salvador, ACM Neto. O primeiro � filho do ex-prefeito do Rio C�sar Maia e o segundo, neto do ex-governador Antonio Carlos Magalh�es.
Hoje, o DEM avalia uma nova troca de nome: Centro Democr�tico. Para o presidente do partido, Jos� Agripino (RN), por�m, este � o �ltimo item entre as prioridades da legenda. "� uma op��o de cada um, de cada partido (mudar o nome), mas renova��o se faz com exibi��o de ideias e protagonistas que praticam essas ideias, e n�s queremos priorizar a gest�o p�blica." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Marianna Holanda e Julia Lindner)