Em relat�rio de buscas e apreens�es no �mbito da Opera��o Abate, 44ª fase da Lava-Jato, o delegado Filipe Pace, da Pol�cia Federal, concluiu que "existem robustos elementos probat�rios de que a atua��o criminosa" do ex-l�der dos governos Lula e Dilma, C�ndido Vaccarezza, "na Petrobras n�o se limitou ao seu suporte pol�tico para a contrata��o da empresa Sargeant Marine pela estatal".
O ex-deputado foi preso temporariamente por suposta propina de US$ 500 mil oriunda do contrato entre a empresa e a petrol�fera para o fornecimento de asfalto.
O delegado entende que "houve, por parte do grupo encabe�ado" pelo lobista Jorge Luz, tentativa de envolver C�ndido Elp�dio de Souza Vaccarezza para o sucesso de ao menos tr�s oportunidades de neg�cios na Petrobras. Somente em uma das supostas negociatas, as investiga��es d�o conta de uma solicita��o de R$ 100 milh�es de Vaccarezza enquanto arrecadador do Partido dos Trabalhadores.
"Vale dizer, ainda, que, na constitui��o do assim denominado grupo 'Brasil Trade', havia registro de reuni�o mantida, em mar�o de 2010, entre Jorge Luz e C�ndido Vaccarezza, no qual o parlamentar teria solicitado apoio financeiro - propina - na ordem de R$ 100.000.000,00 (cem milh�es de reais) a partir de neg�cios que passariam a ser tratados pelo grupo e cujos repasses provavelmente operacionalizados pela empresa offshore de Carlos Henrique Nogueira Herz e Bo Hans Vilhelm Ljungberg", afirma Pacce.
A Pol�cia Federal sustenta que, em planilhas de neg�cios e atas de reuni�o, Vaccarezza recebia o codinome V2.
Em um dos documentos, datado de 2010, consta que "est� sendo apresentada reuni�o do dia 22/03/10 ao Diretor uma solicita��o do V2 para mensalmente apresentar-se opera��es da Trade, de forma a viabilizar-se apoio da ordem de R$ 100 milh�es, para in�cio destas opera��es utilizaremos a empresa Econ Trading".
"A partir desta indistinta atua��o � que se verificou que a atua��o delitiva de C�ndido � anterior e, portanto, bem mais ampla, do que a que j� havia sido identificada na presente investiga��o e que se focou particularmente nos crimes envolvendo a contrata��o a partir de metade de 2010 da Sargent Marine pela Petrobras para fornecimento de asfalto", sustenta a PF.
Ao mandar prender o ex-l�der dos governos Lula e Dilma na C�mara, C�ndido Vaccarezza, o juiz federal S�rgio Moro j� havia ressaltado que o ex-deputado aparece com a alcunha de "parceiro" em cinco "projetos" na Petrobras que constam em planilhas dos operadores de propinas Jorge e Bruno Luz. Vaccarezza foi preso temporariamente na sexta-feira, 19, investigado por supostas propinas de US$ 500 mil oriundas de contratos entre a Petrobras e a empresa Sangeant Marine.
Defesas
A defesa de C�ndido Vaccarezza, por meio do advogado Marcellus Ferreira Pinto, esclarece, em nota, que: "C�ndido Vaccarezza nunca intermediou qualquer tipo de negocia��o entre empresas privadas e a Petrobras. A pris�o foi decretada com base em dela��es contradit�rias, algumas j� retificadas pelos pr�prios delatores.
A busca e apreens�o excedeu os limites da decis�o judicial, confiscando valores declarados no imposto de renda e objetos pertencentes a terceiros sem v�nculo com a investiga��o. A defesa se manifestar� nos autos e espera que a pris�o seja revogada e as demais ilegalidades corrigidas."
Em nota, o PT afirma que "Vaccarezza foi militante e parlamentar do PT, saiu do Partido por diverg�ncias pol�ticas, um direito de qualquer pessoa. O partido n�o tem informa��es sobre esse processo. Esperamos que ele tenha oportunidade de se defender e esclarecer as acusa��es".
