Reformas n�o solucionam problemas revelados pela Lava Jato, diz procurador

S�o Paulo, 22 - As propostas em discuss�o no Congresso para uma reforma pol�tica n�o solucionam problemas que foram revelados pela investiga��o da Opera��o Lava Jato. A afirma��o � do procurador regional da Rep�blica, Carlos Fernando dos Santos Lima, da for�a-tarefa de Curitiba, que denunciou criminalmente nesta ter�a-feira, 22, o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine. Segundo ele, as propostas n�o acabam com as "dispendiosas campanhas eleitorais" e s�o para manter "o poder" e o "foro privilegiado" dos parlamentares.

"Temos N reformas em andamento no Congresso Nacional. A Lava Jato revelou os fatos existentes no Pa�s de uma corrup��o sist�mica que visa essencialmente financiar os partidos pol�ticos", afirmou Carlos Fernando, em entrevista � imprensa, sobre a den�ncia contra Bendine.

"A Lava Jato mostrou que a pol�tica no Brasil � muito cara e, com isso, partidos e pol�ticos buscam fontes ilegais de financiamento."

Questionado sobre as reformas, ele afirmou que a "movimenta��o no Congresso Nacional nada tem a ver com a solu��o desses problemas". "Na verdade, o que o Congresso Nacional est� fazendo � tentar salvar o mesmo mecanismo de elei��es extremamente caras, de marketing pol�tico, de programas de televis�o extremamente dispendiosos. Eles n�o est�o propondo nenhuma reforma espec�fica que combata essa onerosidade das campanhas pol�ticas."

Para o procurador, o distrit�o proposto por deputados "� a forma mais cara de se fazer campanhas pol�ticas para deputados federais e estaduais e de vereadores". Ele criticou tamb�m a cria��o de um fundo de financiamento p�blico para campanhas. "Realmente n�o temos nenhuma proposta que vise, realmente, solucionar o problema apresentado pela Lava Jato."

Cr�ticos mais tenaz da rea��o pol�tica contra a Lava Jato, entre integrantes da for�a-tarefa, Carlos Fernando afirmou que os membros do Congresso promovem uma "reforma pol�tica para manterem um sistema e se manterem no Poder, como deputados federais e senadores, mas tamb�m com foro privilegiado".

(Ricardo Brandt e Julia Affonso)