
O presidente Michel Temer rebateu nesta quinta-feira (24), as cr�ticas de encontros fora da agenda e tarde da noite no Pal�cio do Jaburu e disse, em entrevista ao SBT Brasil, que conversa com quem "quiser, na hora que achar mais oportuna e onde quiser".
O presidente foi perguntado especificamente sobre o encontro com a futura Procuradora-geral da Republica, Raquel Dogde, que esteve com o presidente no ultimo dia 8 no Jaburu fora da agenda.
Raquel substituir� Rodrigo Janot, considerado algoz do presidente ap�s denunci�-lo por corrup��o passiva. "O fato de eu conversar com voc� n�o significa que voc� vai me proteger", disse. Segundo Temer, � preciso "acabar com essa historia que voc� n�o poder conversar com as pessoas".
"Quem fala que dez horas da noite � tarde deve ser porque trabalha at� as seis e acha que depois das seis ningu�m pode trabalhar", disse. "O presidente da Rep�blica trabalha permanentemente e ele n�o tem local de trabalho." Al�m do encontro com Raquel em agosto, outros encontros noturnos fora da agenda de Temer no Jaburu causaram pol�mica.
Na noite de 7 de mar�o, ele recebeu o empres�rio Joesley Batista, do grupo JBS, que o gravou. Depois, noite do dia 6 deste m�s, o presidente recebeu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. O encontro de Batista veio a p�blico quando o empres�rio entregou a grava��o da conversa com Temer para o Minist�rio P�blico, provocando a maior crise do atual governo. Assim como ocorreu no caso da visita de Raquel Dodge, a reuni�o de Temer com Mendes foi revelada por um cinegrafista que fazia plant�o do lado de fora do pal�cio.
Na entrevista ao SBT Brasil hoje, Temer disse que o pior momento na crise pol�tica que o governo atravessa foi justamente quando veio a p�blico a grava��o de Joesley. "O mais chocante ainda foi que alardeou-se uma frase com a qual eu teria concordado, a frase seria a seguinte, 'olha, estou dando dinheiro l� para ex-deputado (Cunha).." e que eu teria dito 'mantenha isso'. Mas quando o �udio foi exposto, e tive acesso ao �udio, vi que a conversa era outra. Joesley disse Eu 't� de bem com ele', eu disse, 'mantenha isso'", explicou. "Isso me chocou muito porque sua reputa��o moral que entra em pauta, entra em jogo."
Semipresidencialismo
O presidente disse tamb�m que acha que ser� um importante passo se o Brasil conseguir optar por um modelo de semipresidencialismo a partir de 2022 e que provavelmente haver� uma consulta a popula��o por referendo.
Segundo ele, neste sistema, o presidente teria fun��es relevantes, mas delegaria a chefia de governo e administra��o ao primeiro-ministro. "Seria �til", disse Temer, explicando que o presidente seria o respons�vel pela escolha do primeiro-ministro. "Vai depender muito do que o Congresso decidir. Se conseguirmos - ou melhor, se o congresso conseguir porque � uma Emenda Constitucional - para 2022 j� � um passo num �mbito muito s�rio para o Brasil", disse.
Ao ser questionado se uma mudan�a deste porte exigiria algum tipo de consulta popular, Temer disse que o Congresso poderia decidir sozinho, mas ponderou que "talvez" seja "muito prov�vel a necessidade de um referendo". "Eu acho que o Congresso tem a compet�ncia para definir por si pr�prio qual � o sistema que ele prefere para o Brasil. Mas � muito prov�vel que nas discuss�es do parlamento se opte pela ideia de um referendo", afirmou. Indagado sobre sua opini�o pessoal sobre o tema respondeu: "Eu acho talvez muito prov�vel a necessidade de um referendo."
Ontem, Temer conversou sobre o tema com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Na conversa com Temer, foi abordada a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) apresentada pelo ministro das Rela��es Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, em 2016, quando o tucano estava no Senado.
Durante o Forum Estad�o esta semana, Gilmar defendeu um regime "semipresidencialista" a partir de 2022 e disse que esse sistema de governo evitaria muitas das crises pol�ticas que atingem o Pa�s hoje e traria responsabilidade maior ao Congresso Nacional.
Eletrobras
O presidente disse ainda que o modelo da privatiza��o da Eletrobras tem que ser analisado, mas que o objetivo � baratear a energia el�trica. "Acabamos de anunciar essa f�rmula. A primeira ideia � que isso pode baratear a conta de energia el�trica. � a primeira ideia. Agora n�o temos dados concretos. Ningu�m tem dados concretos para isso", disse. "A ideia � baratear, buscar modelo que n�o encare�a, ao contr�rio, reduza o pre�o", completou.