Campos do Jord�o, 26 - A Opera��o Lava-Jato � apenas o primeiro passo, mas ser�o necess�rios passos adicionais, disse h� pouco procurador da Rep�blica e membro da for�a-tarefa da Lava-Jato no Minist�rio P�blico Federal no Paran�, Deltan Dallagnol. "Sem mudan�as mais profundas, a Lava-Jato � enxugar gelo. N�o d� para adotarmos a teoria da ma�� podre, que para resolver bastaria tirar a ma�� podre do cesto", disse, em palestra no Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais, organizado pela B3.
O procurador afirmou que a impunidade n�o pode continuar sendo regra no Brasil e que o crime de corrup��o precisa ser desestimulado. Segundo ele, a corrup��o leva � ilus�o de democracia forte, visto que, na pr�tica, no Brasil, o candidato que arrecada mais para se eleger n�o raramente � aquele que arrecada por propinas, disse Dallagnol. "Pol�ticos utilizam fontes de arrecada��o paralela e tendemos a eleger quem � mais corrupto", destaca. "A corrup��o desnivela o campo democr�tico e traz ilus�o de estabilidade", completa.
Ele afirma, ainda, que neste momento no Brasil todos querem estabilidade pol�tica, em busca da estabilidade econ�mica. "Mas essa estabilidade � falsa", diz.
Dallagnol defende que � preciso mudan�as nas regras pol�ticas no Brasil, como a diminui��o dos custos de campanha, redu��o do n�mero de partidos e, assim, de candidatos, isso tudo como forma de tornar o sistema de presidencialismo vi�vel.
O procurador criticou a proposta do "Distrit�o", que ir� encarecer, segundo ele, ainda mais as campanhas, favorecer os candidatos muito conhecidos e, no final, manter a situa��o como est�.
Ainda no evento, rebateu que atividade econ�mica brasileira � prejudicada pela corrup��o e n�o pela Lava Jato. “Culpar a Lava-Jato por danos econ�micos � como culpar um policial por encontrar um cad�ver. Existe uma correla��o inversa entre corrup��o e efici�ncia do governo”. (Fernanda Guimar�es - [email protected])