S�o Paulo, 26 - Mesmo sendo um quadro hist�rico do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) tornou-se o principal l�der dos �cabe�as-pretas� - grupo formado majoritariamente por jovens parlamentares tucanos que pregavam o rompimento da legenda com o governo Michel Temer.
A batalha do desembarque foi perdida para os �cabe�as-brancas� governistas, mas o senador cearense, que preside interinamente o PSDB, aposta em um nome da nova gera��o para assumir o comando da sigla na conven��o nacional do partido, em dezembro.
�Defendo que seja um nome novo, algu�m da nova gera��o e com mensagem mais fresca�, disse Tasso quando questionado sobre o perfil ideal do pr�ximo dirigente da legenda. �Um cabe�a preta de mentalidade�, concluiu, deixando claro que n�o est� �excluindo ningu�m�.
O senador afirmou que n�o pretende se apresentar para a reelei��o no PSDB em dezembro, mas h� uma forte press�o de parte do partido para que ele mude de ideia.
�Ele � o melhor nome que o partido tem hoje, ele � o cabe�a-preta. Tem conduzido o partido de uma forma extremamente correta. Tasso � a pessoa ideal. Vai ter um apelo muito grande para que ele seja (candidato). Se ele continuar dessa forma, n�o tenho d�vida de que ele ser� o presidente do PSDB�, defendeu o l�der do PSDB na C�mara, deputado Ricardo Tripoli (SP).
Aliado do senador A�cio Neves (PSDB-MG), presidente afastado da sigla, o deputado federal Domingos S�vio (PSDB-MG) classificou de �simplista� e �populista� a declara��o de Tasso de que � preciso eleger um presidente com mentalidade de �cabe�a-preta�. �Eu vejo nisso uma express�o populista, se ele usou mesmo esse termo. � um chav�o que n�o consegue traduzir de maneira verdadeira o que acontece no PSDB. � simplista e joga para a plateia. � essa pol�tica de jogar para a plateia que queremos combater�, afirmou S�vio, que tamb�m � presidente do PSDB em Minas.
�Teve cabe�a-preta que votou a favor de Temer e cabe�a-branca que votou contra. A pior pessoa pra assumir PSDB � aquele que se submete a uma corrente�, concluiu N�rcio.
J� o ex-governador de S�o Paulo Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB, defende um nome �com hist�ria e que tenha o que mostrar�.
Herdeiro pol�tico que pregava renova��o
O senador afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que n�o pretende voltar ao Executivo. �Tamb�m defendo a renova��o no Cear�. O ideal � um processo de renova��o l� tamb�m�, disse o tucano, que tem mandato at� 2022. Foi com um discurso de renova��o que Tasso Ribeiro Jereissati, de 68 anos, surgiu como a grande novidade na pol�tica cearense em 1986, ent�o com 37 anos, para disputar o governo.
Graduado em Administra��o de Empresas pela FGV- Rio, Tasso era l�der empresarial no fim da d�cada de 1970 e come�o dos anos 1980 quando assumiu a presid�ncia do Centro Industrial do Cear� (CIC). A frente da entidade, liderou um grupo de jovens empres�rios insatisfeitos com os rumos do Cear�. Na disputa pelo governo, sua estreia eleitoral, derrotou Adauto Bezerra, da Arena, e acabou com uma dinastia pol�tica de d�cadas.
Mas, apesar do discurso de renova��o, Tasso vinha de uma fam�lia com tradi��o na pol�tica local. Seu pai, o empres�rio Carlos Jereissati, que foi deputado federal e senador. Quando o PSDB nasceu, em 1988, Tasso logo tornou-se um quadro nacional da sigla at� que em setembro de 1991 assumiu a presid�ncia nacional do partido. Tr�s anos depois, foi o fiador da escolha do senador Fernando Henrique Cardoso como o candidato tucano ao Pal�cio do Planalto.
Naquele ano, foi novamente eleito governador do Cear�, no primeiro turno, com 56% dos votos v�lidos. Em 1998, foi reeleito, com 62,7% dos votos v�lidos. Em 2002, chegou ao Senado.
Neg�cios
A for�a pol�tica de Tasso no Cear� tem lastro nos neg�cios da fam�lia. O senador � dono de duas emissoras de TV: uma em Fortaleza, que � retransmissora do SBT, e em outra em Sobral, que retransmite a Band. A fam�lia de sua mulher, Renata, herdeira do Grupo Edson Queiroz, � dona da TV Globo local. Tasso tamb�m � dono de uma emissora de r�dio, tr�s shopping centers e uma engarrafadora da Coca Cola.
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Renan Truffi e Pedro Venceslau)