
Os advogados do grupo J&F entregaram nesta quinta-feira, 31, os anexos complementares da dela��o feita pelos executivos da empresa. H� entre os novos anexos repassados � Procuradoria-Geral da Rep�blica a explica��o de como deve ser feita a leitura de planilha entregue pelo diretor Ricardo Saud, que indica doa��es da JBS a mais de 1,8 mil pol�ticos.
No material, a JBS aponta quais doa��es foram fruto de corrup��o e quais foram caso de caixa 2 - quando n�o h� registro oficial da doa��o, mas a empresa n�o negociou nenhuma contrapartida para o repasse do dinheiro. H� anexo tamb�m sobre os contratos das empresas do grupo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). As informa��es prestadas, segundo fontes com acesso ao material, indicariam gest�o fraudulenta nas opera��es do banco. Nesse caso, a entrega tem como finalidade evitar que empresa seja processada na Justi�a Federal de Bras�lia por conta dos desdobramentos da opera��o Bullish.
O procurador do caso, Ivan Marx, afirmou � reportagem que Josley omitiu em sua colabora��o os crimes praticados no banco p�blico. Diante das cr�ticas do juiz, a empresa decidiu que entregaria todo o material � PGR, �rg�o com o qual foi firmado o acordo de dela��o, para que os investigadores decidam o que compartilhar com o Minist�rio P�blico Federal em Bras�lia.
Entre as novas informa��es entregues est�o tamb�m grava��es feitas por Joesley Batista, dono do grupo e um dos delatores. A Pol�cia Federal havia encontrado, durante per�cia no gravador de Joesley, arquivos apagados. A defesa de Batista optou por entregar �udios para que os procuradores fa�am a an�lise de todo o material dispon�vel.
Questionado sobre os �udios, o grupo J&F informou por nota que "os colaboradores j� apresentaram informa��es e documentos � Procuradoria-Geral da Rep�blica". "Conforme acordo firmado, est�o sendo identificados outros dados e documenta��es como complementos �s investiga��es. Os colaboradores continuam � disposi��o para cooperar com a Justi�a", diz a nota.
A JBS queria mais 60 dias para entregar a documenta��o prometida � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) e chegou a fazer esse pedido ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Como a peti��o n�o foi respondida a tempo pelo ministro, a empresa teve de entregar o material nesta quinta-feira, prazo inicial acordado com os procuradores.
A previs�o de que a JBS entregaria informa��es complementares depois de homologada a dela��o foi acertada entre a empresa e a Procuradoria. Em maio, os donos do grupo, Joesley e Wesley Batista, e outros cinco funcion�rios da empresa firmaram o acordo de dela��o que atingiu o presidente Michel Temer, o senador A�cio Neves, presidente licenciado do PSDB, entre outros pol�ticos.
A empresa j� havia entregue � PGR, em um dos anexos ap�s a dela��o assinada e homologada, informa��es sobre fiscais do Minist�rio da Agricultura que ficavam � disposi��o do grupo para agilizar fiscaliza��es.
A PGR aceitou que o material fosse entregue em at� 120 dias ap�s a negocia��o da dela��o em raz�o do volume de informa��es e da necessidade da empresa de acionar diversas �reas do grupo para adquirir os documentos exigidos pelos investigadores - o que n�o pode ser feito naquele momento em raz�o do sigilo do acordo. Fazem parte dos novos anexos documenta��es de e-mails, agendas e planilhas de contabilidade.
O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, foi alvo de cr�ticas quando firmou o acordo com os irm�os Batista, por conceder imunidade penal aos delatores. Investigadores com acesso ao material, no entanto, garantem que as informa��es prestadas pelos delatores e os novos anexos entregues oferecem provas robustas.