Bras�lia, 05 - O presidente da Rep�blica em exerc�cio, Rodrigo Maia, disse nesta ter�a-feira, 5, que a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) precisa ter uma rea��o "dura" com poss�veis il�citos no acordo de dela��o a JBS, defendeu a continuidade das investiga��es em curso, disse que Rodrigo Janot agiu corretamente e afirmou n�o saber se as revela��es feitas - que podem levar ao cancelamento da dela��o que implica o presidente Michel Temer - podem enfraquecer uma eventual segunda den�ncia.
"� importante que a sociedade, ao mesmo tempo em que apoia as investiga��es contra o presidente da Rep�blica, ela tamb�m quer ver uma investiga��o mais firme contra os donos da JBS. � isso que me pareceu ontem que o doutor Janot est� fazendo", disse Maia, ao chegar para um evento de san��o Presidencial do PL 7606/2017, que Cria o Programa de Financiamento Preferencial �s Institui��es Filantr�picas e Sem Fins Lucrativos (Pr�-Santas Casas), que acontece nesta ter�a no Sal�o Nobre da C�mara dos Deputados.
Maia disse ainda que as revela��es feitas na segunda-feira, 4, por Janot s�o "surpreendentes, sem d�vida nenhuma" e cobrou revis�o dos benef�cios dados aos executivos da JBS e eventual puni��o ao ex-procurador Marcelo Miller, suspeito de ter orientado indevidamente os executivos quando ainda atuava na procuradoria. "O que a sociedade vem reclamando de forma correta � porque os benef�cios aos donos da JBS foram benef�cios que pareceram a todos muitos generosos", disse.
"Acho que essa grava��o pode reorganizar essa rela��o, pode reorganizar os benef�cios que foram aceitos pela PGR e acho que � isso que a PGR est� avan�ando", completou, ponderando que o �rg�o passou a ter informa��es que n�o tinha.
"N�o podemos culpar ningu�m por informa��es que n�o existiam naquele momento e, se de fato o ex-procurador participou ainda como procurador de conversas para organizar a dela��o, as grava��es, junto com o dono da JBS, � importante que o MP avance de forma firme."
A determina��o de Janot para a abertura de investiga��o que poder� desembocar no cancelamento do acordo de dela��o da JBS ocorreu em raz�o do que o procurador-geral classificou de "ind�cios de crimes grav�ssimos", envolvendo o seu ex-auxiliar Marcelo Miller. "Tinha uma grande suspeita sob o procurador que parece ser verdadeira, mas eu n�o culpo Dr. Janot, porque Dr. Janot n�o � obrigado a saber", ponderou Maia.
Apesar disso, o presidente em exerc�cio afirmou que a situa��o de Miller gera d�vidas n�o s� em rela��o � dela��o da JBS, mas tamb�m a outras empresas e escrit�rios de advocacia que o ex-procurador criou. Segundo ele, no entanto, Janot deu ontem a primeira resposta, "r�pida", pedindo o prazo r�pido de cinco dias para que se investigue de forma urgente.
Maia evitou comentar se houve um a�odamento por parte da PGR em fechar rapidamente a dela��o com os executivos da JBS e afirmou que o instituto da dela��o tem a sua import�ncia. "Agora e f�cil avaliar, de fato a JBS criou rela��es muito profundas em muitos Poderes. Ent�o, certamente tem provas", afirmou. "N�o gosto de ficar olhando na situa��o de hoje, que mostra problemas, ficar fazendo a cr�tica do passado. O que � importante � que, j� que apareceu, entregue de forma espont�nea, pelos pr�prios delatores, �udios que comprometem os pr�prios delatores e um procurador, que a Procuradoria tenha uma rela��o muito dura. Isso que � importante. N�o vou ficar olhando para tr�s, se a dela��o foi r�pida ou n�o foi r�pida", destacou.
Ao ser questionado sobre o que se referia ao pedir uma rea��o dura da PGR, Maia disse n�o saber. "Eu n�o sou procurador, acho que o procurador tem que tomar as decis�es", afirmou.
O presidente em exerc�cio refor�ou, entretanto, que a sociedade reclamou desde o in�cio da dela��o da JBS. "N�o foi a JBS ter tratado do presidente Michel Temer, de parlamentares, de governadores, foi o benef�cio que a JBS recebeu completamente diferente dos outros benef�cios. Voc� via nas pesquisas que havia um apoio � dela��o em rela��o a tudo que se falou, em rela��o ao poder Executivo e Legislativo e que tem que se investigado mesmo e isso � da democracia", completou.
(Carla Ara�jo)