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Estado de Minas

Janot diz que viveu um dos dias mais tensos no cargo, ap�s d�vidas sobre dela��o da JBS

O procurador-geral disse que o medo foi de 'errar' e prejudicar o Minist�rio P�blico


postado em 05/09/2017 15:37 / atualizado em 05/09/2017 15:50

(foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADAO CONTEUDO )
(foto: ANDR� DUSEK/ESTADAO CONTEUDO )

Em discurso emocionado, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, disse que viveu nessa segunda-feira "um dos dias mais tensos" do cargo, ao anunciar que pode rever o acordo de dela��o dos executivos da J&F. Ao falar sobre o cargo, ele afirmou que o momento da decis�o � "solit�rio".

"A responsabilidade da decis�o do procurador-geral � s� do procurador-geral. Quando o procurador-geral erra, ele errou s�. Quando ele acerta, acertou com toda sua equipe. Esse peso tira muito a energia da gente", disse Janot, ao falar sobre seus �ltimos dias.

Segundo ele, os dois mandatos como PGR colocaram em seu caminho "desafios quase sobre-humanos", em uma refer�ncia � Lava Jato. "Eu n�o tinha a menor ideia de que todo esse tsunami iria acontecer ao final da minha carreira.

Nunca tive uma atua��o forte na �rea penal, todo mundo sabe que essa n�o � a minha �rea e o desafio final foi esse", disse Janot, na sua �ltima sess�o como presidente do Conselho Superior do Minist�rio P�blico Federal.

Ap�s seis meses do in�cio de seu mandato como procurador-geral, a Lava Jato teve in�cio e perdurou durante os outros tr�s anos e meio.

Sem mencionar diretamente a JBS, Rodrigo Janot falou sobre a decis�o de ontem. Ap�s meses de cr�ticas por ter firmado um acordo pol�mico de colabora��o com Joesley Batista, Janot foi obrigado a anunciar que pode rever a dela��o, depois de descobrir novos �udios do delator. "Ontem foi um dos dias mais tensos e um dos maiores desafios desse per�odo.

Algu�m disse para mim: 'voc� realmente � um homem de muita coragem'. Eu pensei: ser� que sou um homem de coragem mesmo? Cheguei � conclus�o de que n�o tenho coragem alguma. Na verdade, o que eu tenho � medo e o medo nos faz alerta."

O medo, disse Janot, � de "errar muito" e de "decepcionar" o Minist�rio P�blico. "Todas as quest�es que enfrentei, eu enfrentei muito mais por medo de errar, de me omitir, de decepcionar a minha institui��o do que por coragem de enfrentar esses enormes desafios", disse.

Ele afirmou que tem vivido uma "montanha-russa", pois surpresas t�m aparecido no meio do caminho. "E a impress�o que d� � uma montanha-russa que s� tem queda livre, n�o te d� o respiro de uma subida para se preparar para a nova queda", disse.

Dividindo o mesmo plen�rio de Janot nesta manh� estava a conselheira Raquel Dodge, que ir� assumir o comando da PGR a partir de 18 de setembro. Janot disse � sua futura sucessora que est� "tentando deixar a casa da melhor forma arrumada" e aconselhou em tom emocionado: "Nos momentos dif�ceis, n�o desanime; converse".

Pouco antes, Raquel elogiou o antecessor e disse que Janot deixa "um legado que honra a hist�ria do Minist�rio P�blico na constru��o de uma institui��o forte". Os dois s�o conhecidos desafetos dentro do Minist�rio P�blico Federal.

Ao citar um personagem de Fernando Pessoa, Janot falou: "Ele afirmava: 'Cumpri contra o destino o meu dever. Inultilmente? N�o, porque o cumpri'. Acho que esse � o compromisso do MP, o compromisso com nossa sociedade, ser Minist�rio P�blico de forma reta. De cumprir, ainda que seja contra o destino, nosso dever."

O procurador agradeceu sua equipe e disse que foi "muito dif�cil mesmo" enfrentar algumas situa��es: "E isso foi poss�vel porque contei com o empenho pessoal de toda minha equipe que se entregou de corpo e alma. Sozinho nessa cadeira n�o se faz nada."


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