S�o Paulo, 07 - O governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), classificou como "extremamente grave" o depoimento em que o ex-ministro Antonio Palocci fez, ao juiz Sergio Moro, acusa��es de crimes cometidos pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Por�m, projetando a disputa pela Presid�ncia da Rep�blica no ano que vem, Alckmin considerou que a polariza��o entre PSDB e PT ficou no passado. O prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria, afirmou, no entanto, que o depoimento mostra que o ex-presidente � um "criminoso".
"Acho que isso (polariza��o) passou. A vis�o de futuro tem que ser totalmente diferente", assinalou o governador de S�o Paulo. "O Brasil precisa de construtores. O Pa�s vive uma situa��o de grande dificuldade. Do ponto de vista fiscal, uma verdadeira calamidade, com enormes desafios pela frente", complementou Alckmin, que voltou a defender a necessidade de reformas estruturais.
O governador deu entrevista � imprensa ao lado do prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria, ap�s ambos acompanharem, do palanque de autoridades, o desfile c�vico e militar em comemora��o ao Dia da Independ�ncia no Samb�dromo do Anhembi, zona norte da capital paulista.
A princ�pio, os tucanos dariam entrevistas separadamente porque Doria sairia antes do t�rmino do desfile para participar do an�ncio da revitaliza��o do parque da Independ�ncia, que estava marcado para as 11h no Ipiranga, bairro da zona sul de S�o Paulo. Mas, ainda no palanque do Samb�dromo, decidiram aparecer juntos diante da imprensa.
Os dois evitaram falar sobre a disputa velada que travam pela indica��o do PSDB �s elei��es presidenciais do ano que vem. Alckmin repetiu que a escolha do candidato da sigla se dar� no "tempo devido", ao passo que Doria classificou como "especula��o" as noticias sobre sua inten��o em deixar o PSDB para concorrer ao Pal�cio do Planalto. "N�o tenho nenhuma inten��o de mudar de partido."
Doria n�o garantiu, por�m, que vai manter esse posicionamento at� 2018, o ano das elei��es. "Cada dia � um dia. Sou do PSDB tanto quanto o governador Geraldo Alckmin que, ali�s, � fundador do PSDB. Estamos tratando do dia de hoje. Espero estar vivo no dia de amanh�", disse Doria.
O prefeito voltou a disparar criticas contra Lula ao comentar o depoimento de Palocci, que, segundo Doria, confirmou que o ex-presidente � um "criminoso". "O depoimento � decisivo e sepulta qualquer imagem de algu�m que pretenda seguir carreira p�blica dizendo ser honesto", afirmou o prefeito, acrescentando que o campo do PT e de Lula � da "criminalidade".
Mesmo assim, disse que n�o desclassificaria o PT na elei��o do ano que vem, ainda que Lula n�o possa concorrer � Presid�ncia. "Nenhuma campanha � f�cil, toda campanha � dif�cil. Ser�o v�rios candidatos disputando", comentou. "Em toda campanha, � preciso compreender sua dimens�o e respeitar todos aqueles que v�o disputar essa posi��o", complementou.
Mais comedido nas cr�ticas ao PT, Alckmin considerou apenas que as acusa��es de Palocci s�o graves por se tratar de um fundador do partido e que teve participa��o importante nos governos petistas. "Ent�o, � extremamente grave". Antes de deixar o Anhembi, o governador aproveitou para fazer um "corpo a corpo" e cumprimentou pessoas que estavam no port�o de acesso ao palanque das autoridades do Samb�dromo.
(Eduardo Laguna)