S�o Paulo, 07 - Na peti��o - quest�o de ordem - ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, em que pedem a �susta��o de qualquer nova medida� de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, os advogados do peemedebista insistem na suspei��o do procurador-geral da Rep�blica. Eles falam em �parcialidade� de Janot e em �descr�dito� dos delatores da JBS que mergulharam o governo Temer em sua pior crise pol�tica.
Janot est� na imin�ncia de levar ao Supremo uma segunda den�ncia formal contra Temer, agora por suposta obstru��o de Justi�a. A primeira acusa��o, por corrup��o passiva, foi barrada na C�mara.
Os advogados de Temer ganharam f�lego com o �udio de quatro horas que provocou um terremoto no caso JBS. A grava��o de um longo bate papo de Joesley Batista, principal acionista do grupo, com o executivo Ricardo Saud, mostra articula��es que poderiam incluir at� uma investida a ministros do Supremo Tribunal Federal.
A defesa do presidente alega que, nessa conversa, Saud disse a Joesley que Janot �iria ou ir� trabalhar� no mesmo escrit�rio onde foi atuar o ex-procurador Marcelo Miller. Hoje advogado, Miller trabalhou por tr�s anos no gabinete do procurador-geral e conduziu acordo de leni�ncia da J&F, controladora da JBS.
�Faz-se necess�rio a susta��o de qualquer nova medida do chefe do Minist�rio P�blico Federal em desfavor de Michel Temer, seja porque parte dos fatos ora noticiados denota a completa invalidade da prova produzida no bojo das dela��es, seja porque foi ratificada a argui��o de suspei��o do procurador-geral da Rep�blica para atuar � frente dos casos que envolvam o chefe da Na��o�, destacam os criminalistas Ant�nio Cl�udio Mariz de Oliveira e Jorge Urbani Salom�o, que representam Temer.
Em outro trecho da peti��o, a defesa assinala. �O ex-procurador da Rep�blica Marcelo Miller, que era membro da for�a-tarefa da Lava Jato e bra�o direito do procurador-geral da Rep�blica, deixou o Minist�rio P�blico Federal para trabalhar justamente em escrit�rio de advocacia contratado para conduzir o acordo leni�ncia da J&F, mesma banca em que o dr. Rodrigo Janot iria ou ir� trabalhar, conforme relatado por Ricardo Saud em uma das grava��es.�
Os defensores do presidente insistem para que o Plen�rio do Supremo julgue imediatamente recurso - agravo regimental - na argui��o de suspei��o de Janot.
Em outras incurs�es ao Supremo contra Janot, os advogados do presidente se reportam expressamente a uma declara��o do procurador - em julho, indagado sobre como agiria at� o final de seu mandato, a expirar no pr�ximo dia 17, Janot disse que �enquanto houver bambu l� vai flecha�.
A estrat�gia de Temer � escapar de uma nova flechada do chefe do Minist�rio P�blico Federal.
�No presente caso, ou nos demais que eventualmente possam surgir, a atua��o parcial, conflitante e passional de autoridades e o descr�dito de colaboradores comprometer�o a higidez de qualquer processo, em verdadeira afronta ao Estado Democr�tico de Direito�, afirma Mariz de Oliveira.
�Torna-se medida primeira de Justi�a a susta��o do andamento de eventual nova den�ncia apresentada contra o sr. presidente da Rep�blica at� que as investiga��es sobre os grav�ssimos fatos sejam conclu�das, bem como o Agravo Regimental na Argui��o de Suspei��o n� 89 seja julgado pelo Plen�rio. O mesmo �bice se requer para eventuais requerimentos de instaura��o de investiga��o contra o presidente da Rep�blica.�
(Luiz Vassallo e Julia Affonso)